O cientista da Microsoft e pesquisador da Universidade de York, Adrian Wynter, testou como seria se uma inteligência artificial jogasse o clássico game DOOM. A IA foi capaz de lidar com ações simples do game, como movimento, abertura de portas, combate ao inimigo e até mesmo o disparo de armas. E mais: a inteligência artificial administrou essas tarefas sem que o cientista lhe desse instruções sobre como controlar o jogo e o que fazer.
O teste aconteceu em cima da modelo GPT-4V, da OpenAI. E a execução do game não aconteceu do modo convencional. No mesmo nível de interação entre o humano e um jogo na tela. O teste adotou outro caminho.
Partindo do princípio que o GPT-4 é multi-modal, permitindo lidar até com imagens, o pesquisador incluiu um gerenciador que captava imagens do game e passava direto para a tecnologia da OpenAI. E então acontecia a interação. O processo foi detalhado no gráfico abaixo:
A conclusão do pesquisador é que o sistema se saiu bem, mas ainda tem suas falhas:
GPT-4 pode jogar DOOM em um nível aceitável. Agora, “aceitável” aqui significa que ele faz o que deveria, mas falha no jogo e minha avó já jogou ele bem melhor do que este modelo. O que é mais interessante é que, esquemas mais complexos (ter um “planner” gerando versões mais curtas do que fazer a seguir) leva a resultados bem melhores”. A IA jogou entre 50 e 60 partidas de DOOM.
Uma grande falha do modelo em seu estágio atual é em relação à troca de posição dos inimigos em tela. Caso um zumbi saia do campo de visão, a IA entende que é para seguir normalmente o trajeto, facilitando com que o inimigo a neutralize. No entanto, se o inimigo aparece no campo de visão, a IA consegue mirar perfeitamente e neutralizar. Com ainda mais treinamento, a inteligência artificial poderia performar ainda melhor.
Além da questão tecnológica, o pesquisador levantou outro ponto de vista sobre o experimento:
“Na questão ética, é bem preocupante quão fácil foi construir o código para estabelecer que o modelo atirasse em algo e para ele mirar precisamente em alguém sem questionar as suas instruções”.
Testes em anos anteriores já uniram DOOM com a IA. Como o caso em 2018 de pesquisadores da Universidade Politécnica de Milão, na Itália, que desenvolveram uma rede adversarial generativa (GAN) para criar fases para o game sem a interferência de humanos.
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