O Departamento de Alfândega de Hong Kong apreendeu recentemente componentes eletrônicos não declarados num valor que seria equivalente a um pouco mais de R$ 11 milhões. O suspeito, um homem de 47 anos, foi preso e liberado sob fiança, mas agora enfrenta uma multa pesada e investigações criminais.
O que aconteceu?
Durante uma inspeção de rotina no Shenzhen Bay Control Point, a alfândega interceptou um caminhão que, oficialmente, transportava materiais para micromotores. No entanto, ao revistar o veículo, os agentes encontraram uma grande quantidade de componentes eletrônicos não declarados, escondidos entre a carga declarada.
Os itens apreendidos incluíam:
- 670.000 circuitos integrados: chips semicondutores para diversas aplicações.
- 80.000 componentes eletrônicos adicionais: como módulos de RAM, lentes para celulares, placas-mãe e possivelmente mecanismos de relógio.
Por que Hong Kong é um alvo comum para contrabandistas?
Hong Kong é um porto franco, o que significa que não cobra impostos de importação sobre a maioria dos produtos. Em contraste, a China continental aplica uma taxa padrão de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de 13% sobre a importação de mercadorias. Essa diferença fiscal cria um incentivo para o contrabando, já que os produtos podem ser vendidos a preços mais baixos e competitivos no mercado chinês.
Casos semelhantes
Este não é um incidente isolado. Em março de 2023, a alfândega de Hong Kong apreendeu 239 processadores Intel avaliados em R$ 312 mil que estavam sendo contrabandeados para a China. Além disso, entre agosto e setembro de 2024, a operação “Sea Guardian” resultou na apreensão de grandes quantidades de produtos eletrônicos contrabandeados, com um valor estimado de R$ 386 milhões.
O que acontece com o suspeito?
O motorista do caminhão foi preso e liberado sob fiança, mas as investigações continuam.
Em Hong Kong, as penalidades para contrabando são severas. De acordo com a legislação de importação e exportação do país, os infratores podem enfrentar:
- Multas de até 2 milhões de dólares de Hong Kong (aproximadamente R$ 1.554 milhão).
- Penas de prisão de até sete anos.
Além disso, os bens confiscados são geralmente destruídos ou aproveitados pelas autoridades. A penalidade exata pode variar dependendo da escala do contrabando e das circunstâncias do caso.