Associações chinesas alertam empresas a evitarem chips dos EUA e investirem em fornecedores locais

Em um movimento coordenado, quatro das principais associações industriais da China emitiram um alerta recomendando que as empresas do país evitem comprar chips fabricados nos Estados Unidos, alegando que esses produtos “não são mais seguros”, informa a Reuters.  A orientação surge em meio ao agravamento das tensões comerciais e tecnológicas entre as duas maiores economias do mundo.

Essa não é a primeira vez que a China faz este movimento. Há alguns meses surgiu a informação de que Pequim tem desencorajado ativamente empresas locais a adquirir os chips H20, fornecido pela NVIDIA. Esses chips da gigante norte-americano integram a lista de opções bem aceitas pelo mercado corporativo para o desenvolvimento e execução de modelos de IA.

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O alerta das associações segue a mais recente ação do governo norte-americano, que na segunda-feira anunciou novas restrições à exportação de tecnologia para a China, afetando 140 empresas, incluindo a fabricante de equipamentos para semicondutores Naura Technology Group. Esta é a terceira rodada de restrições direcionadas à indústria de chips chinesa nos últimos três anos.

Impacto nos gigantes de semicondutores dos EUA

As restrições podem ter implicações significativas para gigantes como NVIDIA, AMD e Intel, que, mesmo sob as regras de controle de exportação, ainda mantêm participação no mercado chinês. As empresas não se pronunciaram sobre o alerta emitido pelas associações chinesas.

Já a Semiconductor Industry Association (SIA), entidade que representa grandes fabricantes de chips dos EUA, classificou as declarações como prejudiciais e defendeu que seus produtos continuam seguros e confiáveis:

“Acreditamos que os controles de exportação devem ser direcionados e específicos para atender a objetivos de segurança nacional. Pedimos que ambos os governos evitem uma escalada adicional.”

Resposta chinesa e impacto interno

Além do alerta, Pequim também anunciou restrições à exportação de minerais raros cruciais para aplicações militares, células solares, cabos de fibra ótica e outros processos industriais. Essas medidas são vistas como uma resposta estratégica às ações norte-americanas, demonstrando uma postura mais assertiva do governo chinês.

O Internet Society of China, uma das associações envolvidas, incentivou as empresas a buscarem cooperação com fornecedores de chips de outros países e a utilizarem, preferencialmente, semicondutores fabricados na China. Já a China Association of Communication Enterprises reforçou que os produtos norte-americanos não são mais confiáveis e pediu uma investigação sobre a segurança da cadeia de suprimentos do país.

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Segundo Tom Nunlist, diretor-associado da consultoria Trivium China, o impacto dessas recomendações dependerá do mercado:

“As orientações podem ser interpretadas como sugestões brandas. Empresas podem levar em conta, mas suas ações serão ditadas pelas condições do mercado.”

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