China proibe uso de chips da Micron alegando “significativo risco à segurança”

China proibe uso de chips da Micron alegando “significativo risco à segurança”

A tensão geopolítica entre Estados Unidos e China, que respinga diretamente em empresas de tecnologia, ganhou mais um capítulo. O órgão Cyberspace Administration of China (CAC) anunciou que empresas chinesas estão proibidas de comprarem chips da norte-americana Micron. A alegação é que os produtos representam “significativo risco à segurança”.

Os produtos da Micron analisados não passaram na análise dse segurança da CAC. Dado o resultado, o órgão resolveu pôr em curso meidas para que importantes companhias chinesas de telecomunicações não utilizem os chips da empresa americana. A Micron trabalha com uma extensa gama de produtos, desde chips DRAM, a Flash NAND, NVRAM e até mesmo controladores de memória.

O CAC vinha há sete semanas numa forte investigação contra a Micron. Oficialmente repassado como uma medida com relação à segurança nacional, a decisão do órgão foi criticada pelo Departamento de Comércio dos EUA. Isso “não tem base de fato”, apontou o Departamento.

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A medida não se aplica a empresas de outros países que operam na China e dependem das soluções fornecidas pela Micron. Mesmo com a possibilidade de seguir fornecendo parcialmente seus produtos na China, a companhia sofrerá um duro golpe, já que ficará sem o acesso e parceria com setores como telecomunicações, finanças e transporte da China. Cerca de 11% das vendas da Micron em 2022 foram geradas na China. Agregando Hong Kong à lista, esse percentual sobe para 25% da receita total da Micron em 2022 (US$ 30,8 bilhões).

A Micron já se pronunciou sobre a decisão:

“Estamos avaliando esta conclusão e refletindo sobre nossos próximos passos. Manteremos os esforços para manter um debate com as autoridades chinesas”.

Em nota, o CAC afirmou que “a China dá as boas-vindas a empresas globais e vários produtos de plataforma no mercado chinês, desde que sigam as leis e regulamentos da China”.

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