O governo chinês tem implementado sistematicamente novas diretrizes que visam interromper o uso de chips da Intel e da AMD em computadores utilizados pelos órgãos governamentais. Com um plano ambicioso e estratégico, pretendem também fazer uma substituição significativa de servidores e sistemas por alternativas desenvolvidas internamente, seguindo uma agenda cuidadosamente traçada para os próximos meses.
O jornal Financial Times noticiou que a revolução tecnológica na China atinge não só o alto governo. Ela vai até as redes complexas acima da administração municipal. Se fosse no Brasil, é como se apenas as prefeituras pudessem usar hardware e softwares dos EUA. Todas as outras esferas de podem teriam que migrar para opções próprias. O mesmo vale para as muitas empresas estatais do país.
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China vai preferir soluções caseiras
Nas futuras aquisições governamentais, a China apresenta uma evidente predisposição a optar por sistemas operacionais concebidos dentro do próprio país, relegando ao esquecimento soluções estrangeiras renomadas como o Windows, desenvolvido pela Microsoft.
As escolhas oficiais saíram em uma lista importante divulgada no ano passado. O Ministério da Indústria chinês fez a lista com muito cuidado. Ela tem três opções seguras e de confiança de processadores e sistemas operacionais. Todos vêm de empresas chinesas, incluindo novos produtos e sistemas da Huawei.
Na esfera dos softwares, é perceptível que a China projeta adotar amplamente o Huawei HarmonyOS Next nos variados departamentos governamentais. Mesmo ainda em fase de testes, este sistema operacional desponta como uma das apostas chinesas para a independência tecnológica. Paralelamente, os órgãos governamentais e empresas estatais têm a opção de usar uma variante do sistema operacional Linux batizada de OpenKylin.
China cada vez mais independente tecnologicamente
A Financial Times tentou entrar em contato com todos os envolvidos. Diante das perguntas formuladas a respeito dessa nova diretriz, nem o escritório governamental chinês nem as famosas fabricantes de semicondutores Intel e AMD se pronunciaram publicamente sobre a decisão e suas implicações.
De toda forma, fica claro que a China pretende desvencilhar-se gradativamente de qualquer dependência relacionada às tecnologias ocidentais. A médio prazo, a China poderá até mesmo começar a exportar e disponibilizar suas próprias soluções tecnológicas para outras nações com as quais mantém relações amistosas, como é o caso da Rússia, pavimentando assim uma nova era em sua trajetória como potência tecnológica global.
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