Lançado dia 30 de novembro do ano passado pela OpenAI, o ChatGPT é um fenômeno, como poucas vezes se viu na história dos serviços baseados na web. Além da adoção ultraveloz, a ferramenta, assim como outras opções de IA recentes, exemplo do MidJourney, reforçaram o alerta sobre o futuro da IA, e o impacto que pode ser causado na sociedade nas próximas décadas.
Polêmico e amplamente utilizado, o ChatGPT conquistou em pouco tempo uma posição que já é vista como sólida, em parte por seu funcionamento altamente intuitivo e impressionante. Parte do que é conhecido como uma IA conversacional, a ferramenta, ainda em fase de testes, permite diálogos em diversos idiomas sobre praticamente qualquer tema, entregando resultados bem naturais. As possibilidades são inúmeras. Você pode desde pedir para que a IA apresente uma definição sobre um tema, elencar curiosidades, ou até algo mais específico: escreva um poema sobre sorvete.
O resultado foi surpreendente, em apenas 5 dias, após o lançamento, o serviço já tinha alcançado 1 milhão de usuários. Menos tempo que outras plataformas da internet levaram pra alcançar tal marca. Evidentemente cada caso é um caso, o contexto também precisa ser considerado, mas não deixa de ser um dado curioso sobre como o ChatGPT se proliferou numa velocidade impressionante.
A revolução, para o bem e para o mal, começa a ser sentida rapidamente. Como o próprio Sam Altman, CEO da OpenAI, escreveu no Twitter no fim do ano passado, o ChatGPT ainda funciona de forma limitada. É um erro confiar nele para qualquer coisa importante agora”.
ChatGPT is incredibly limited, but good enough at some things to create a misleading impression of greatness.
it’s a mistake to be relying on it for anything important right now. it’s a preview of progress; we have lots of work to do on robustness and truthfulness.
— Sam Altman (@sama) December 11, 2022
Os efeitos da desinformação e instabilidade que pode ser gerada pela IA atingiu diretamente um importante veículo da imprensa americana, o CNET. O site, desde novembro, vem utilizando inteligência artificial para gerar alguns artigos sobre finanças, mas aconteceu que a ferramenta errou alguns resultados de cálculos, e acabou passando batido até mesmo pelo revisor humano que o site diz atuar para coibir que a página publique informações incorretas. O site Futurism’s encontrou errou graves no texto do CNET sobre juros compostos gerados pela IA.
O trabalho de identificação de conteúdos abusivos e ilegais que o ChatGPT pode entregar cabe aos moderadores humanos, que trabalharam diretamente no treinamento da IA. Esse trabalho é fundamental para o tipo de IA que o ChatGPT se enquadra. Esse feddback humano integra o que é conhecido como forma de aprendizado por reforço ( Reinforcement Learning – RL) . Essa curadoria nas respostas treina o modelo para que ele seja mais útil e assertivo. Já há também uma polêmica sobre esse aspecto. Segundo investigação da revista Time, quenianos recebiam menos de US$ 2 por hora para treinar a ia do ChatGPT.
A influência do ChartGPT também já ultrapassou qualquer bolha dos aficionados por tecnologia, já é um tema de discussão até mesmo na edição deste ano do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. Alguns cases foram demonstrados sobre o potencial da ferramenta no mundo real. Matthew Prince, CEO da Cloudflare, afirmou que o ChatGPT já está sendo usado na companhia para escrever códigos na plataforma Workers. O executivo também reforçou os planos de utilizar as capacidades do chatbot para o atendimento de clientes. As possibilidades são inúmeras!
Uma das empresas mais interessadas no avanço do ChatGPT é a Microsoft. A gigante de Redmond é uma investidora da OpenAI. Mais de US$ 1 bilhão já foi alocado na companhia, e é provável que mais US$ 10 bilhões cheguem ao caixa da OpenAI. Colar na Open AI e no GPT é a oportunidade perfeita para a Microsoft reforçar ainda mais seu serviço Azure, que contará com integração com o ChatGPT, como também tentar deixar competitivo o seu motor de busca, o Bing, que detém apenas 3,03% do mercado, contra 92,58% do Google. Talvez com a IA a Microsoft possa finalmente se tornar uma rival que incomode o Google num mercado que está dominado há décadas.
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A parceria da Microsoft com a Open AI também trará integração em outras frentes, como no pacote Office, e até mesmo no Bing Imacre Creator, gerador de imagens com base em IA, integrado ao Bing. O lançamento no Brasil ocorrerá em breve. Evidentemente, a Microsoft tem o apoio de outro serviço desenvolvido pela Open Ai, o Dall-E 2, gerador de imagens com base em descrições de texto. Mais 1,5 milhão de artistas usam o Dall-E 2 diariamente. São mais de 2 milhões de imagens geradas todos os dias.
Segundo resposta gerada pelo próprio ChatGPT, o futuro da inteligência artificial é o seguinte:
“O futuro da inteligência artificial é incerto, mas muitos especialistas acreditam que ela continuará a evoluir e se tornar cada vez mais avançada e integrada em nossa vida cotidiana. Isso pode incluir coisas como automação de trabalhos, melhoria de eficiência em vários setores, e até mesmo a criação de novos tipos de inteligência. Além disso, a inteligência artificial também pode ser usada para resolver problemas complexos e melhorar a qualidade de vida das pessoas. No entanto, também há preocupações sobre a segurança e a privacidade, bem como o impacto da inteligência artificial na economia e no emprego”.
E pra você? Qual o futuro da inteligência artificial?