O cenário da inteligência artificial está prestes a passar por uma espécie de extinção em massa, segundo Robin Li, CEO da gigante tecnológica chinesa Baidu.
Em uma declaração contundente durante a Conferência Future of Business de Harvard, Li afirmou que 99% das empresas de IA estão destinadas ao fracasso, comparando o atual boom do setor à bolha das empresas ponto-com do início dos anos 2000.
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Cenário atual de IA é similar a bolha das ponto-com
A popularidade crescente da IA generativa tem impulsionado o surgimento de inúmeras startups que fazem promessas ousadas sobre as capacidades da tecnologia. No entanto, Li acredita que quando as expectativas infladas colidirem com a realidade, a grande maioria dessas empresas não sobreviverá.
O executivo argumenta que esse cenário não é necessariamente negativo. Ele prevê que o estouro da bolha da IA resultará em um mercado mais saudável, com aplicações mais realistas para essa tecnologia emergente. As empresas remanescentes, que Li estima serem apenas 1% do total atual, oferecerão produtos e serviços de alto valor agregado.
A analogia com a bolha das empresas ponto-com não é por acaso. Assim como ocorreu no início dos anos 2000, quando muitas empresas de internet foram à falência, Li antecipa uma correção de mercado significativa no setor de IA. Essa correção, segundo ele, separará as empresas com propostas de valor reais daquelas que fazem promessas infundadas.
Amadurecimento das tecnologias de inteligência artificial
O CEO da Baidu observa que o mercado de IA já começou a mostrar sinais de maturidade em 2024. Embora algumas empresas e investidores ainda mantenham altas expectativas, outros estão adotando uma postura mais cautelosa. Essa mudança de atitude reflete o reconhecimento de que o crescimento meteórico de empresas como a Nvidia, líder em hardware para IA, não pode continuar indefinidamente.
Um ponto crucial destacado por Li é o entusiasmo morno dos consumidores em relação à IA. Relatórios recentes de vendas indicam que os consumidores não estão comprando PCs com hardware focado em IA por um interesse específico na tecnologia, mas sim porque os modelos mais recentes dos principais fabricantes já vêm equipados com essa tecnologia por padrão.
Apesar desse cenário desafiador, Li se mostra otimista em relação a alguns aspectos do desenvolvimento da IA. Ele destaca, por exemplo, a redução significativa das “alucinações” em chatbots nos últimos 18 meses, um problema persistente na IA generativa. Essa melhoria na precisão das respostas é um indicativo do progresso contínuo na área.
Inteligência artificial e os empregos de humanos
O executivo também abordou as preocupações sobre a possível perda de empregos relacionada à IA. Li reconhece que existe a possibilidade de a IA substituir trabalhadores humanos em algumas funções, prevendo uma mudança de paradigma no emprego que pode ocorrer nos próximos 10 a 30 anos.
Essa visão de Li sobre o futuro da IA ressoa com as tendências observadas no mercado. Gigantes da tecnologia como Microsoft, Apple e Google estão integrando IA em praticamente todos os seus produtos futuros, indicando uma aposta forte no potencial da tecnologia. No entanto, a previsão do CEO da Baidu serve como um alerta para startups e investidores que podem estar superestimando o potencial imediato da IA.
O cenário traçado por Robin Li sugere que o mercado de IA está caminhando para uma fase de consolidação e realismo. As empresas que sobreviverem a essa “seleção natural” serão aquelas capazes de oferecer soluções práticas e valor tangível, em vez de apenas promessas grandiosas. Para os consumidores e investidores, a mensagem é clara: é preciso cautela e um olhar crítico ao avaliar as promessas das empresas de IA.
Fonte: Techspot
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