Assim como é rotina para muitos fechamentos de negociações, Gabriel Oliveira viu um anúncio de um iPhone 14 Pro Max no martekplace do Facebook. Ele combinou com o responsável pelo anúncio que daria seu iPhone 12 Pro e mais R$ 1.700 pelo iPhone 14 Pro Max.
O acordo foi firmado e eles marcaram de se encontrar no Tatuapé, bairro da Zona Leste de São Paulo.
Um amigo de Gabriel também foi para acompanha-lo. No local, o golpista realmente apresentou um iPhone 14 Pro Max legítimo, só que o aparelho estava com apenas 1% de bateria.
Conforme Gabriel nos relatou, eles foram para outro ponto da estação Tatuapé. “Se eu não me engano, ele (o responsável pelo golpe) falou assim: preciso de um clipe para abrir a gaveta do chip”. Eles conseguiram o clipe, Gabriel retirou o chip de seu celular e colocou no iPhone 14 Pro Max que faria parte do acordo.
Gabriel diz que chegou a mexer um pouco no aparelho para testar algumas funções, como Face ID, especificações e iCloud. Em seguida, resetou para as configurações de fábrica o seu iPhone 12 Pro, que fazia parte do acordo para amortizar o valor que seria pago pelo iPhone 14 Pro Max.
O responsável pela venda colocou o iPhone 14 Pro Max na caixa e em uma sacola. Momentos depois, chegou do nada outro homem que começou a falar que eles três, Gabriel, seu amigo e o responsável pelo anúncio do iPhone, estariam vendendo bilhete para acesso ao metrô.
“E aew, mano, vocês estão vendendo bilhete aqui, eu tô trabalhando aqui, to vendendo também, vocês estão me atrapalhando”, teria dito o homem. Gabriel afirma que disse a ele que não estavam vendendo nada, enquanto o homem seguia fazendo ameças.
A vítima acredita que nesse exato momento, de um desvio de atenção ao foco que era o iPhone 14 Pro Max, o golpista pegou a sacola e trocou por outra, com outro aparelho, que ele e seu amigo não viram.
Após o homem que chegou fazendo acusações ir embora, Gabriel recebeu a sacola e concluiu a segunda etapa do acordo, o envio do dinheiro. Inicialmente foi cogitado o Pix, mas o próprio golpista se disponibilizou a pagar a passagem para que Gabriel sacasse o dinheiro. Ele sacou os R$ 1.700 e o homem foi embora.
Gabriel diz que chegou a abrir novamente a caixa, e tudo parecia correto. “Estava com a mesma capinha, mesma película, tudo igual”. Como estava descarregado, não foi possível testar as funcionalidades internas.
Gabriel então foi embora. Ele e o amigo foram para um local que seria feita a manutenção da moto deste amigo que o acompanhou. Ao conectar o carregador na tomada e mexer no aparelho, Gabriel viu que foi vítima de um golpe. E com um adicional: o aparelho não sai de 1% de bateria. Somando o valor do seu iPhone 12 Pro com o adicional dos R$ 1.700 entregues ao golpista, Gabriel cita um prejuízo de R$ 4.500.
“Fui ligar o celular, vi as bordas tudo pela metade, negócio muito mal feito. Falei, nossa, tomei um golpe, não acredito. Virei o celular, vi as câmeras tudo desniveladas“. Além do responsável pelo anúncio, Gabriel acredita que o homem que chegou e o abordou sobre venda de bilhetes também fazia parte do esquema.
O caso aconteceu nesta quarta-feira (25). Gabriel disse que não sabe se prestará um boletim de ocorrência. “Eu não sei se vou fazer o BO, porque não tenho o nome real da pessoa, e fora que também foi no metrô. Não sei se eles disponibilizariam as câmeras para checar o rosto deles.
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