Muitas vezes alguém que tem um produto inferior (ou menos utilizado) apela para a cópia dos que estão dando certo na tentativa de sucesso; ou pelo menos, para aproveitar parte do público do concorrente. É o que tem acontecido com o Bing: o Google percebeu que vários resultados no Bing eram idênticos aos do seu buscador.
Não bastasse duvidar disso, fizeram um teste: atribuíram termos aleatórios a algumas pesquisas inexistentes e, depois de um tempo, tais termos apareciam no Bing também, como mostrado em vários exemplos no Search Engine Land.
A Microsoft não gostou da acusação, mas acabou dando uma desculpa com um pouco de vergonha.
Conforme apurado por várias pessoas, a MS monitorava alguns resultados de pesquisas feitos na barra de ferramentas no IE8. O Google colocou vários funcionários para pesquisarem termos diversos usando um computador com a barra no IE8 e, algumas semanas depois, os termos de pesquisa apareceram no Bing – com os mesmos principais posicionamentos do Google. Boa parte dos termos usados no teste eram termos até então inexistentes, criando-se páginas e pesquisas fakes.
É uma coisa feia, não é não, Microsoft? A desculpa dela é que usam cerca de mil diferentes itens para o algoritmo do Bing, e uma pequena parte deles consiste em dados das pesquisas dos usuários que optaram por fornecer informações anônimas para o aprimoramento de serviços – normalmente um termo que a pessoa aceita marcando uma caixinha de seleção ao usar algum software, bastante comum entre várias empresas. Pensando nisso até faz algum sentido: as pessoas pesquisam usando o IE; ela tem acesso a isso porque os usuários permitiram ao aceitar o compartilhamento; então nada melhor do que aproveitar isso para aprimorar o Bing. O que pegou mal foi copiar o posicionamento dos resultados do Google, mostrando que se o Bing não tem força para alcançar o concorrente, nada melhor do que copiá-lo na cara dura.
Ah, e para piorar a situação do Bing, a briga ocorreu durante um evento patrocinado principalmente pela própria Microsoft: Farsight 2011, evento sobre o futuro das buscas. Por essa eles não esperavam.
A discussão não para por aí… Por mais que ela negue “cópia”, o Google insiste que copiou e pronto.