O desenvolvimento das Inteligências Artificiais vem trazendo uma série de questionamentos, tantos positivos quanto negativos. Uma das personalidades mais conhecidas no mundo da tecnologia, o fundador da Microsoft Bill Gates, está diretamente ligado com esse processo e acredita que ele não pode ser interrompido.
O filantropo se manifestou a respeito do pedido recente de alguns empresários e especialistas para que as pesquisas com IAs fossem interrompidas por enquanto por medo do risco que isso pode trazer à sociedade. Segundo ele, é preciso encontrar formas de abraçar e utilizar essa tecnologia da forma certa, e que ela não vai desaparecer.
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Bill Gates deu uma entrevista ao Reuters e falou um pouco sobre o assunto. De acordo com o empresário, se torna cada dia mais difícil parar com o desenvolvimento das IAs em uma escala global, e que isso é praticamente impossível de acontecer. A resposta é justamente focar em como essa tecnologia pode ser usada para melhorar a sociedade e não se livrar dela.
“Não acho que pedir a um grupo específico que faça uma pausa [IA] resolva os desafios. Claramente há enormes benefícios para essas coisas… o que precisamos fazer é identificar as áreas complicadas.”
Hoje em dia muitos estudos já revelam que a inteligência artificial pode ser uma grande aliada em áreas importantes para a sociedade como a educação e até mesmo saúde, e ele deixou isso claro em seu blog. As oportunidades de usos são diversas, como por exemplo em países mais pobres, onde as IAs podem ajudar os profissionais de saúde a serem mais produtivos lidando com algumas tarefas como “registrar reivindicações de seguro, lidar com a papelada e redigir anotações de uma consulta médica”.
Para Gates, a importância não é focar apenas em uma área específica e sim usar a tecnologia para garantir que todo mundo, não apenas as pessoas ricas, possam se beneficiar dela.
Ele admite que nenhum sistema é perfeito e que por isso é preciso ter cuidado, mas deixou claro que “a inteligência artificial ainda não controla o mundo físico e não pode estabelecer seus próprios objetivos”. Ou seja, tudo depende de como ela é usada, então ela não é o problema principal e sim as pessoas por trás dessas soluções.
Elon Musk e outros empresários assinam a carta com o pedido de pausa
O assunto surgiu depois que alguns empresários, tecnólogos, engenheiros e especialistas se uniram em um pedido feito por carta para que haja uma pausa de 6 meses nos desenvolvimentos de tecnologias baseadas em inteligência artificial, principalmente os que são mais poderosos que o GPT-4 da OpenAI. Entre os assinantes da carta está justamente Elon Musk.
No conteúdo da carta eles afirmam que “os sistemas de IA com inteligência competitiva humana podem representar riscos profundos para a sociedade e a humanidade, conforme demonstrado por extensa pesquisa e reconhecido pelos principais laboratórios de IA”, e chama a IA de uma corrida “fora de controle” “que ninguém – nem mesmo seus criadores – podem entender, prever ou controlar de forma confiável.”
Diante das assinaturas, eles pedem para que o governo possa intervir e instituir uma moratória caso não haja uma pausa imediata, pública e verificável dessas tecnologias.
Já Gates revelou que acredita que essa pausa não é a resposta, e que isso não vai impedir ou resolver os desafios impostos pelo desenvolvimento da tecnologia. Segundo ele, a chave é se concentrar ao máximo para torna-la melhor e mais segura, principalmente porque ela é uma oportunidade de ajudar pessoas em todos os lugares a melhorar suas vidas.
“Ao mesmo tempo, o mundo precisa estabelecer as regras da estrada para que quaisquer desvantagens da inteligência artificial sejam superadas por seus benefícios e para que todos possam desfrutar desses benefícios, não importa onde vivam ou quanto dinheiro tenham. A Era da IA está repleta de oportunidades e responsabilidades.”
Ainda assim, esse pensamento ainda parece não ser exatamente universal. Atualmente a Itália decidiu bloquear o uso do ChatGPT temporiamente no país enquanto o regulador de privacidade de dados de lá começaria uma investigação da OpenAI, a empresa responsável pela solução.
Fonte: gizmodo
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