Bill Gates, cofundador da Microsoft, sempre foi conhecido por ser um líder exigente, mas recentemente ele compartilhou reflexões sobre como seu estilo de gestão se compara ao de outros gigantes do setor, como Elon Musk, de empresas como a Tesla e SpaceX, e Steve Jobs, notável por sua visão na Apple.
Durante um bate-papo informal após receber o Prêmio Peter G. Peterson de Excelência em Liderança no Clube Econômico de Nova York, Gates revelou detalhes sobre seu estilo de liderança e até reconheceu suas falhas.
“Sou mais simpático”
Ao falar sobre Musk e Jobs, Gates afirmou que se considera mais equilibrado na maneira como lidava com seus funcionários. “Elon pressiona muito, talvez até demais”, disse Gates, em referência ao dono do X. Sobre Jobs, ele afirmou algo semelhante: “Steve pressionava muito, talvez até demais.”
Apesar de suas críticas veladas, Gates destacou que um certo nível de intensidade é necessário para liderar empresas tecnológicas em momentos de grande inovação. “Quando eu tinha 20 anos, estava monomaniacamente focado na Microsoft. Não acreditava em fins de semana nem em férias”, admitiu, rindo ao se lembrar de como isso afetava seus funcionários.
Segundo alguns ex-funcionários, Gates chegou a um estado de paranoia em relação a forma como gerenciava aqueles que trabalhavam para a Microsoft em sua gestão. O próprio magnata confirmou a famosa lenda urbana de que ele sabia a placa do carros dos funcionários.
“Isso é verdade, mas não tínhamos muitas placas na época. Eram apenas algumas centenas de funcionários”, respondeu, com bom humor.
Esse nível de obsessão, segundo Gates, fazia parte de seu compromisso com o crescimento da empresa. Ele reconheceu que, em seus anos iniciais como líder, sua intensidade era desgastante para todos ao seu redor, mas que, com o tempo, aprendeu a equilibrar suas expectativas.
Relações complicadas com outros líderes
A relação de Gates com Musk e Jobs também foi marcada por tensões e diferenças. Ele revelou que houve um momento em que poderia ter se tornado parceiro de Musk, mas que tudo desandou após uma visita à fábrica da Tesla. Desde então, Musk chegou a criticar publicamente Gates, afirmando que o fundador da Microsoft tem um conhecimento “limitado” sobre inteligência artificial. Elon Musk chegou a dizer que “aniquilaria” Gates caso ele seguisse vendendo suas ações da Tesla.
Com Steve Jobs, a relação também foi marcada por atritos, embora Gates já tenha reconhecido a genialidade do criador da Apple em outras ocasiões. Ainda assim, ambos mantinham uma rivalidade saudável, disputando o protagonismo no mundo da tecnologia. Alguns momentos dessa rivalidade geraram histórias hilárias, como o dia em que Jobs “surtou” com Gates, dizendo que ele copiou o Mac para criar o Windows.
A intensidade como característica
Ao final do papo, Gates refletiu que liderar empresas inovadoras exige um nível de intensidade que pode ser desgastante para os líderes e suas equipes. “Não há como negar que pressionar faz parte do processo”, disse. Mesmo assim, ele ressaltou que buscar o equilíbrio e aprender com os erros é essencial para um líder se tornar melhor – algo que ele diz ter trabalhado ao longo de sua carreira.
A declaração de Gates mostra como mesmo os maiores nomes da tecnologia enfrentam desafios em seus estilos de gestão, equilibrando genialidade e intensidade com a pressão do mercado e a convivência com suas equipes.
