Atualizações do Android por 3 anos podem se tornar obrigatórias para todas as fabricantes

Hoje em dia algumas fabricantes estão trazendo uma nova vantagem para alguns se seus aparelhos, que é uma garantia maior para as atualizações. Antes muitos deles só contavam com 1 ou 2 anos de atualização do Android garantidos, hoje em dias alguns já estão oferecendo até 3 grandes updates do sistema.

Porém, o que começou como um agrado pode muito bem se tornar uma exigência. A União Europeia está fazendo de tudo para que essa quantidade de atualizações seja fixa e obrigatória para todos os aparelhos.

Leia também:

Veja todos os dispositivos Apple que receberão atualizações
Europa aprova lei que obriga os celulares a terem bateria removível e atualizações por 5 anos

Rascunho de projeto prevê ainda atualizações de segurança por, pelo menos, 5 anos

atualizações

O rascunho da proposta foi divulgado no final de agosto pela Comissão Europeia, revelando que eles querem essa exigência tanto para o Android quando para o iOS. Caso a proposta seja aprovada, vai afetar mais as fabricantes com smartphones Android, que são mais contidas nesse aspecto.

As discussões sobre esse assunto começaram ainda esse ano, mais precisamente em março, e tem como principal objetivo tentar conter mais os impactos ambientais. Isso porque quanto mais pessoas querem trocar seus aparelhos, mais as fabricantes precisarão usar materiais para a fabricação dos novos, além da energia gasta no processo.

Ou seja, aparelhos que continuem atualizados mesmo depois de 3 anos vão diminuir essa procura tão alta de troca de celular, já que as pessoas continuarão com o sistema atual mesmo em aparelhos mais antigos. Dessa forma, eles querem que esses celulares durem mais, impedindo que eles se tornem obsoletos antes do tempo, e com isso reduzindo tanto material e energia quanto a produção de lixo eletrônico, já que muitos usuários acabam descartando os aparelhos de forma errônea.

atualizações

Além deles estarem pedindo a exigência de 3 anos para atualizações de sistema operacional, também estão adicionando que todos os aparelhos contem com, pelo menos, 5 anos de correções de segurança de forma gratuita. Ou seja, o tempo pode ser superior a 5 anos, mas não menos do que isso.

No documento eles também revelam que, para isso acontecer, é imprescindível que nem o consumo de energia do aparelho e nenhum outro parâmetro declarado pode ser deteriorado depois de uma atualização. Além disso, eles também declaram que caso o usuário rejeite a atualização, isso não deverá trazer nenhuma alteração no desempenho do aparelho, só quando se tratar de softwares de aplicativos de terceiros.

Em relação à janela de liberação, esses aparelhos deverão receber as atualizações em até 2 meses depois dela ser liberada para o público, evitando assim que as fabricantes atrasem muito a chegada das novidades para quem tem aparelho mais antigos.

O documento também prevê melhoria para reparos

atualizações

Apesar da proposta principal do documento ser a respeito das atualizações, eles também adicionaram termos com exigências gerais para as fabricantes em outros aspectos, incluindo ainda as importadoras e as autorizadas.

Um desses termos diz que a fabricante deverá continuar oferecendo as peças de um aparelho por até cinco anos depois dele ser descontinuado e tirado do mercado. Isso garante que quem comprou o aparelho antes disso acontecer poderá continuar com ele e terá certeza de que ele poderá ser consertado no caso de precisar substituir peças. Entre as peças citadas estão componentes como a bateria, as câmeras, a gaveta para chips, a tela, os alto-falantes e outros.

Além disso, essas empresas também deverão fornecer todas as informações necessárias e instruções completas para que profissionais possam fazer o reparo dos aparelhos, ou seja, essas informações deverão ser disponibilizadas de forma pública. Isso deve permanecer disponível por pelo menos até 7 anos depois que o celular for tirado do mercado.

Porém, no documento, eles apontam algumas exceções para essas regras. Nesse caso, essa regulação não será aplicada para smartphones e tablets que tenham telas dobráveis e flexíveis que o “usuário pode desenrolar e enrolar parcial ou totalmente”. Outro tipo de produto que não está incluso sãos os smartphones feitos para comunicação de alta segurança.

A Comissão Europeia pretende dar um tempo para que as fabricantes se adaptem a essas novas regras. Por enquanto ainda não há um consenso sobre qual será esse tempo, mas ao que tudo indica, ele será de 1 ano depois da publicação das novas medidas.

Mas isso vai afetar os smartphones no Brasil?

Esse novo projeto está sendo feito pela União Europeia, então é muito previsível que isso acabe gerando dúvidas se vai afetar o Brasil ou não. A resposta é: sim, muito provavelmente.

É comum que regulações de outros países acabem afetando diversas regiões, ou até mesmo inspirando que esses outros países iniciem legislações semelhantes, e o Brasil não é uma exceção.

Esse novo projeto de lei, se aprovado, vai acabar tendo um impacto grande em diversas fabricantes Android. Isso porque, embora algumas como a Samsung e o Google já contam com esse tipo de política para muitos dos seus smartphones com atualizações longas para o Android, muitas outras ainda permanecem dando apenas 1 ou 2 anos de atualizações.

A partir do momento que elas forem obrigadas a isso, aumentando o ciclo de atualizações dos aparelhos, isso dificilmente vai servir apenas para o mercado europeu. Afinal de contas, de que adianta se esforçar para dar uma vantagem para os seus aparelhos preparando novas versões do Android para os antigos e só oferecer em uma única região?

Já a Apple não vai se preocupar muito com isso, já que a empresa é conhecida por oferecer atualizações do iOS para muitos modelos, até mesmo os mais antigos. Um exemplo é o iOS 16, que vai chegar para os modelos mais novos e até mesmo para o iPhone 8 e o iPhone X, que foram lançados há 5 anos, em 2017.

Mas por enquanto o projeto de lei ainda é apenas um projeto em rascunho. Ainda é preciso que ela seja aprovada, algo que pode até mesmo acontecer esse ano, mas só no quarto trimestre.

Fonte: Android Authority e Ars Technica

Postado por
Redatora apaixonada por tecnologia, séries e jogos. Adoro explorar tendências tech, mergulhar no universo geek e transformar tudo isso em conteúdo que conecta e inspira!
Siga em:
Compartilhe
Deixe seu comentário
Img de rastreio
Localize algo no site!