Associação chinesa diz que chips da Intel são uma “ameaça para segurança nacional”

Associação chinesa diz que chips da Intel são uma “ameaça para segurança nacional”

A Intel vem sendo duramente criticada pela Associação de Cibersegurança da China, e isso pode trazer um grande desafio para a gigante de tecnologia. Entre as acusações está a de que a empresa estaria mantendo backdoors em seus sistemas, o que permitiria uma vigilância secreta e espionagem digital.

Além disso, a Intel também foi acusada de falhas de segurança, mas já começou a tomar medidas a respeito disso. Ainda assim, essas acusações levantaram algumas preocupações sobre a segurança nacional e o clima de tensão pode acabar gerando consequências desastrosas para a empresa.

Leia também:

Intel admite que CPUs Core Ultra 200 serão mais fracos que os Ryzen 7000X3D em games
Intel lança processadores Core Ultra 200S para desktops de altíssimo desempenho

Intel acusada de falhas na segurança

Intel

De acordo com um comunicado da Associação de Cibersegurança da China, a Intel tem obtido lucros expressivos no país, mas continua a agir de forma que prejudica os interesses chineses e coloca em risco a segurança nacional.

A empresa foi criticada por falhas de segurança em seus produtos, o que inclui vulnerabilidades nos seus processadores, que permitiriam que agentes mal-intencionados pudessem roubar informações confidenciais e sensíveis dos usuários.

Dentre as principais falhas destacadas na acusação estão os ataques GhostRace e Indirector, que deixam os usuários expostos a riscos de roubo de dados. O ataque GhostRace afeta várias plataformas, incluindo processadores Arm, enquanto o Indirector atinge principalmente os chips da linha Raptor Lake e Alder Lake da Intel.

Embora a empresa tenha passando algumas orientações para mitigar esses riscos e proteger os usuários, a repercussão dessas vulnerabilidades tem sido intensa.

Além das vulnerabilidades de segurança, a Intel também está lidando com críticas sobre a instabilidade de seus processadores Intel Core de 13ª e 14ª gerações. O grupo chinês revelou que muitos usuários sofreram com problemas de desempenho, o que pode abalar ainda mais a confiança no produto. Em resposta, a Intel lançou uma atualização de microcódigo (0x12b) para corrigir os problemas e ofereceu uma garantia estendida para os chips afetados.

Já as acusações mais graves, como a de instalar backdoors em seus sistemas, ainda estão sob investigação. Até o momento, nenhuma evidência concreta foi apresentada para sustentar essa acusação, mas o simples fato de ter sido levantada já prejudicou a imagem da empresa e abalou a confiança de seus parceiros e clientes.

Impactos do mercado chinês

De acordo com dados da Statista, a China é o maior mercado da Intel, gerando US$ 14,85 bilhões em receita em 2023, com os Estados Unidos ficando em segundo lugar com US$ 13,96 bilhões. Além disso, a China foi responsável por mais de um quarto da receita total de US$ 54 bilhões da Intel no último ano.

Ou seja, perder o mercado chinês pode acabar trazendo consequências devastadoras para a empresa. Principalmente agora, que a Intel já está enfrentando dificuldades significativas no cenário econômico. No seu último relatório, a empresa anunciou perdas de US$ 1,6 bilhão, o que faz com que a manutenção de sua posição no mercado chinês seja ainda mais crucial. Uma eventual perda desse mercado poderia significar o “golpe final” para a empresa, a menos que os EUA intervenham com apoio significativo.

O papel dos EUA e o CHIPS Act

Enquanto a Intel lida com essas questões, a empresa ainda é um dos pilares centrais do CHIPS Act, um programa do governo dos Estados Unidos que promete impulsionar a inovação na indústria de semicondutores. O objetivo do CHIPS Act é reduzir a dependência americana de fornecedores estrangeiros e fortalecer a produção interna de chips, já que eles são essenciais para várias indústrias, de eletrônicos a automóveis.

Como parte desse plano, a Intel recebeu US$ 8,5 bilhões em investimentos diretos do governo federal. Mas, ainda assim, o apoio financeiro dos EUA pode não ser suficiente para compensar uma eventual perda do mercado chinês. Washington, por sua vez, está adotando uma postura cada vez mais agressiva contra a China, impondo sanções e bloqueios ao setor de chips e inteligência artificial do país, com o objetivo de proteger seus próprios interesses estratégicos.

Acusações já começam a afetar a Intel

Apesar de as acusações da China contra a Intel ainda não terem resultado em ações concretas, a repercussão já afetou a empresa. O valor das ações da Intel caiu cerca de três por cento na abertura do mercado depois do anúncio das acusações, o que mostra que os investidores parecem cada vez mais incertos a respeito do futuro da empresa no país asiático.

Caso as tensões aumentem e acabem trazendo medidas punitivas contra a Intel, a empresa vai enfrentar uma crise pesada. A sobrevivência da gigante dos chips pode depender da habilidade da Intel em restaurar sua relação com a China ou, ao menos, encontrar novas maneiras de compensar possíveis perdas no mercado.

Fonte: tomshardware

Sobre o Autor

Avatar de Larissa Ximenes
Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X