Assinar, assistir e cancelar: Conheça a nova tendência no mundo do streaming

Assinar, assistir e cancelar: Conheça a nova tendência no mundo do streaming

“Por que gastar dinheiro em algo que não uso?” Essa indagação ecoou nos pensamentos de Alicia Bianchi, uma advogada de 38 anos residente no estado de Michigan, nos Estados Unidos. Com sensatez e pragmatismo financeiro, Alicia tem reduzido sua assinatura de plataformas de streaming ao longo do último ano e pretende encerrar a assinatura de mais um serviço assim que terminar de consumir o conteúdo que deseja.

Esse comportamento não é uma exceção, mas sim um novo padrão de consumo. As pessoas estão adotando uma prática cíclica de assinar serviços, dedicar-se àquilo que lhes desperta genuíno interesse e, após satisfazerem suas expectativas, proceder com o cancelamento do serviço. Ou seja, assinar, assistir e cancela.

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Uma pesquisa conduzida pela Antenna — empresa especializada no estudo de modelos de assinaturas — revelou que este comportamento está se tornando notavelmente comum entre a população americana.

Um quarto do mercado norte-americano aderiu à prática

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Para quantificar de maneira precisa, mais de 29 milhões de americanos — o que representa aproximadamente um quarto de todos os usuários de serviços de streaming nos EUA — optaram por cancelar três ou mais destes serviços nos últimos dois anos. E vale salientar que essa cifra está aumentando de maneira acelerada, o que é um indicativo claro de uma mutação nas atitudes e hábitos dos consumidores.

Uma série de fatores convergem para explicar essa tendência. A inflação, que afeta inexoravelmente o poder aquisitivo das pessoas, catálogos de serviços que não atendem às expectativas variadas do público, a restrição crescente no compartilhamento de senhas e a retomada das atividades sociais no período pós-pandêmico são alguns dos elementos impulsionadores dessa mudança.

Além disso, uma vigilância constante quanto ao preço desempenha uma função significativa, especialmente quando incrementos nos valores cobrados não são acompanhados de ampliação e enriquecimento dos serviços ofertados.

“Churn Serial” é o nome do pesadelo dos grandes estúdios

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Em uma investigação recente realizada consultoria Deloitte, foi descoberto que os americanos estão investindo, em média, 13 dólares a mais por mês em assinaturas, se comparado ao ano anterior. Esse aumento resultou numa despesa mensal de 61 dólares para manter quatro serviços distintos de streaming.

É digno de nota o fato de que quase metade das pessoas entrevistadas na pesquisa mencionada expressou uma disposição em abandonar seu serviço de streaming predileto caso houvesse um incremento superior a 5 dólares no valor da assinatura mensal.

Existe um termo cunhado pela Antenna para descrever esse fenômeno: “churn serial“. Em 2023, essa prática de “assinar, assistir e cancelar” correspondeu a 40% de todas as atividades de assinaturas e cancelamentos, o que naturalmente gera uma considerável preocupação para as corporações voltadas ao ramo da mídia. Executivos de conglomerados tais como Paramount, Warner Bros. Discovery, NBCUniversal e Disney, estão efetivamente mobilizados na busca por estratégias criativas para conter essa flutuação do mercado e estimular um vínculo mais duradouro dos clientes com as assinaturas.

A Disney pode ter encontrado uma maneira. Ela juntou o Disney+, Hulu e ESPN+ num só pacote, mostrando que talvez a resposta esteja em juntar vários serviços num pacote único. Isso parece com os velhos tempos da TV a cabo. Assim, os clientes podem pensar de novo antes de cancelar um serviço que tem muitas opções interessantes. Além disso, outras ideias boas são criar conteúdos novos e únicos para manter os assinantes interessados.

Fonte: New York Times

Sobre o Autor

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Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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