Apenas duas semanas após seu lançamento, alguns consumidores começaram a devolver o Apple Vision Pro, o headset de realidade virtual da Apple. E a devolução vem acompanhada de algumas reclamações bem relevantes.
Apesar de seu lançamento ter sido recebido com entusiasmo devido aos seus avançados recursos e especificações técnicas, e de ter um preço inicial de US$ 3.499 (o equivalente à cerca de R$ 17.390), o dispositivo mostrou-se não ser adequado para todos. E isso não se deve apenas ao seu alto custo, mas também à sua limitada aplicabilidade no dia a dia. Vejamos alguns dos principais problemas relatados pelos usuários.
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Diversas reclamações dos early adopters
Diversos usuários expressaram nas mídias sociais os motivos para a devolução do dispositivo. Dentre eles estão o peso, o desconforto no uso, problemas visuais e a percepção de que o aparelho não oferece utilidade suficiente.
Detalhando as queixas, o peso e o desconforto são problemas significativos. Com o Vision Pro pesando pouco mais de 600g, além de contar com uma bateria externa de 353g, isso representa um peso adicional de aproximadamente 100g em comparação ao Meta Quest 3. A localização do peso na parte frontal do visor contribui para o desconforto, especialmente após uso prolongado, levando a sintomas similares aos da síndrome da visão de computador.
Caso você não saiba, a síndrome da visão de computador é um problema que acontece com pessoas que ficam muito tempo olhando para telas, como computadores ou celulares. Ela pode causar sintomas como cansaço nos olhos, dor de cabeça e visão embaçada.
Problemas visuais, como fadiga ocular, vermelhidão e até mesmo danos mais sérios, são relatados não só com o Apple Vision Pro, mas como um problema comum entre os dispositivos de realidade virtual. O uso prolongado desses dispositivos, que colocam telas muito próximas dos olhos, pode contribuir para esses sintomas.
Além disso, a necessidade de carregar uma bateria externa, seja no bolso ou na mão, com a preocupação adicional do cabo, aumenta o incômodo, sem mencionar as críticas à alça de suporte.
Realidade não condiz com o marketing
Apesar do forte marketing da Apple que atraiu muitos para a experiência de realidade virtual pela primeira vez, o Vision Pro enfrenta desafios semelhantes aos de outros dispositivos VR no mercado. Uma coisa não podemos negar, a Apple é especialista em fazer um marketing que gera desejo nas pessoas. E não foi diferente com o Vision Pro. No entanto, o “campo de distorção da realidade” da Maçã não consegue suprimir os problemas de seus produtos.
Além disso, a questão da utilidade levou alguns a questionarem o valor do dispositivo, mesmo com sua vasta biblioteca de aplicativos e filmes. E por valor eu não quero dizer a unidade monetária, mas sim a percepção de valor/utilidade que o produto possui.
O ecossistema fechado da Apple limita certas atividades, como jogar títulos AAA, deixando os usuários com opções menos interessantes, como o Fruit Ninja VR, que pode até ser legal de início, mas logo fica desinteressante. Ou seja, o Apple Vision Pro cobra muito caro, mas não entrega valor suficiente para justificar o preço.
É válido ressaltar, no entanto, que as reclamações não são uma surpresa para a Apple. A equipe por trás do Vision Pro acredita que serão necessárias quatro gerações para o dispositivo atingir o nível de maturidade desejado. Esse é o problema e o risco de ser um early adopter.
Apesar dos avanços tecnológicos, o dispositivo ainda é visto como um produto de nicho, semelhante ao Meta Quest 3, que, apesar de ser significativamente mais barato e oferecer mais recursos, também enfrenta críticas por não atender às necessidades do usuário comum.
Fontes: The Verge e Business Insider
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