O mercado de smartphones no Brasil começou 2025 com uma nova configuração. Pela primeira vez, a Apple foi ultrapassada pela Realme e caiu para a 5ª posição no ranking nacional de vendas, segundo dados da Canalys divulgados nesta semana.
A mudança no ranking reflete um movimento mais amplo: as marcas chinesas vêm acelerando no mercado brasileiro e, em paralelo, o consumo tem se concentrado nos extremos, modelos básicos e flagships premium.
Ranking do mercado de smartphones no Brasil em 2025
Confira a participação de mercado no Brasil no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Canalys:
Marca | Participação de mercado |
---|---|
Samsung | 43% |
Motorola | 23% |
Xiaomi | 15% |
Realme | 7% |
Apple | 5% |
O Brasil puxa o crescimento regional
Enquanto outros países da América Latina enfrentaram retração no setor, o Brasil foi na contramão: o único entre os cinco maiores mercados da região a registrar crescimento no primeiro semestre.
O volume de entregas subiu 3% em relação ao mesmo período de 2024, atingindo 9,5 milhões de unidades. O país também respondeu por 28% das entregas de celulares em toda a América Latina, consolidando sua relevância estratégica para as fabricantes.
Boa parte desse avanço veio do apelo das chinesas Realme, Xiaomi e Honor — esta última recém-chegada oficialmente ao mercado brasileiro.
Apple perde força também no México
O cenário de perda de participação da Apple não é isolado. No México, a empresa também caiu para a 5ª colocação, com apenas 8% do mercado. As líderes por lá são:
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Samsung: 25%
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Xiaomi: 17%
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Motorola: 14%
A tendência reforça que, em mercados emergentes, o apelo de intermediários acessíveis vem pesando mais na balança.
Novos players devem mexer no jogo
Outro nome que promete sacudir ainda mais o mercado brasileiro é a VIVO, que por aqui foi relançada com a marca Jovi. A estratégia da empresa combina smartphones intermediários competitivos e flagships robustos — uma fórmula que deve buscar espaço justamente na faixa onde marcas como Realme e Xiaomi têm brilhado.
Tensões globais aumentam a pressão no mercado
O cenário internacional também segue impactando a dinâmica da América Latina.
Miguel Pérez, analista sênior da Canalys, alerta que as tensões econômicas globais, especialmente entre Estados Unidos e China, continuam gerando volatilidade cambial e riscos inflacionários para a região.
“Como um mercado emergente, a América Latina permanece altamente vulnerável a esses choques. Se novas tarifas forem impostas pelos EUA, a pressão sobre o segmento de entrada — que é a base do mercado local — pode aumentar ainda mais”, afirmou.
A previsão da Canalys é de que o mercado de smartphones na América Latina tenha uma leve retração de cerca de 1% em 2025.