A gigante da tecnologia Apple enfrenta um processo decisivo nos Estados Unidos, onde pode ser obrigada a reformular suas políticas restritivas na App Store. Atualmente, a Apple proíbe a instalação de aplicativos fora de sua loja oficial, uma prática conhecida como “sideloading”.
Essa política, que a empresa defende como uma medida de segurança para proteger seus usuários contra malwares, está sob escrutínio de órgãos reguladores de mercado nos EUA, que veem essa estratégia como um possível abuso de poder e uma ameaça aos desenvolvedores independentes. Nos próximos parágrafos dou mais detalhes sobre essa história.
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O que é sideloading?
Sideloading é o processo de instalar aplicativos em um dispositivo sem passar pela loja oficial de aplicativos, neste caso, a App Store da Apple.
Essa prática é comum em outras plataformas. No Android, por exemplo, é relativamente fácil baixar o APK de um aplicativo e instalá-lo sem necessariamente passar pela Play Store. No entanto, a Apple tem resistido com unhas e dentes a essa prática, alegando preocupações com a segurança e a integridade do ecossistema do iOS.
A empresa argumenta que a restrição ajuda a proteger seus usuários de malwares e garante uma experiência de usuário de qualidade superior. Contudo, críticos argumentam que essas medidas são excessivamente restritivas e limitam a concorrência no mercado de aplicativos. Não à toa o ecossistema da Apple é frequentemente comparado como uma “gaiola de ouro”.
Vai ser possível instalar apps fora da App Store?
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando as práticas da Apple, com um foco particular na App Store. Segundo o chefe da unidade antitruste, Jonathan Kanter, o DoJ (Department of Justice) já investiga a Apple há anos e eles já estão prontos para processar a empresa por práticas anti-competitivas.
Essa investigação poderia levar a mudanças significativas na forma como a Apple opera, potencialmente forçando-a a permitir o sideloading. Uma decisão contra a Apple poderia significar que a empresa teria que abrir seu ecossistema para lojas de aplicativos de terceiros e novos métodos de pagamento, algo que está sendo adotado em outras regiões como o Japão e a União Europeia.
Isso não apenas afetaria as políticas da empresa, mas também poderia ter um impacto significativo em suas receitas, uma vez que a Apple coleta comissões substanciais de vendas na App Store. Só para você ter uma ideia, em 2021 a Apple pode ter arrecadado algo em torno de U$S 6 a 7 bilhões só com comissões, de acordo com um relatório da Sensor Tower.
Google também está na mira do Departamento de Justiça
O escrutínio sobre as práticas de monopólio não se limita à Apple. O Departamento de Justiça dos EUA também considera a Google Play Store um monopólio, colocando o Google em uma posição semelhante de potencial reformulação.
Uma derrota do Google nos tribunais poderia levar a uma situação onde ambos os gigantes da tecnologia seriam obrigados a permitir maior liberdade e concorrência em seus respectivos ecossistemas de aplicativos.
No final do ano passado, a Epic Games venceu um processo contra o Google. No caso, a justiça norte-americana considerou a Play Store como monopólio. Se a moda pegar, há grandes chances da Apple ter que mudar suas políticas com respeito a instalação de aplicativos em seus dispositivos, como iPhones, iPads e Macs.
Fonte: Financial Times
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