Texto cedido por Augusto Campos, de Efetividade.net
A Palm anunciou o Foleo, uma extensão para seus smartphones que promete oferecer mais conforto e produtividade para tarefas comuns de seus usuários. Mas os seus usuários concordam?
Em todos os sites de tecnologia que eu visito, esta foi a semana do Palm Foleo, o não-notebook da Palm que promete fazer várias das coisas para as quais um notebook é útil: editar textos, visualizar documentos em formatos comuns, acessar e-mail e navegar na web.
Ele roda um sistema operacional baseado no Linux, e tem suporte a alguns dos recursos mais essenciais para competir com os subnotebooks: tela widescreen de 10 polegadas (1024×600), teclas em tamanho normal, bluetooth, Wi-Fi, slot para cartões de memória, “instant-on” e 5 horas de bateria.
Mas nem todos
Eu escrevi “alguns dos recursos”, e este é o ponto principal da questão. O Foleo não é um notebook, e a Palm não o chama nem mesmo de subnotebook. De fato, mesmo custando “apenas” US$ 500 ele não poderia competir em funcionalidade com subnotebooks muito mais caros, como os Sony Vaio com tela de 11 polegadas, por não oferecer e nem mesmo prever a inclusão como adicional de recursos como drive de DVD, acelerador gráfico e as diversas portas de expansão comuns em notebooks. Posso estar enganado, mas o número de pessoas que busca *apenas* o conjunto de funcionalidades nas quais o Foleo parece brilhar é bastante restrito, e mesmo estas vão parar para pensar, agora que já é possível comprar no varejo dos EUA notebooks completos (embora não tão leves) nesta mesma faixa de preço.
Psion 7 – O ano 2000 ligou e quer seus subnotebooks de volta!
O Foleo foi apresentado ao mercado como uma extensão para os smartphones (como os da linha Treo, da própria Palm). Eu sou usuário e fã do Treo, e ocasionalmente sinto o desejo de que ele tivesse um teclado e tela maiores, como as de um Psion 7 da geração de 2000 (foto acima), por exemplo, mas retendo as funções existentes no Treo sem precisar levar um volume adicional. Não vejo como um penduricalho do tamanho do Foleo possa ser uma resposta a esta minha demanda, ainda que ele custe bem mais barato que um subnotebook comum. E vale lembrar que mesmo os Psions, cheios de recursos como eram, acabaram engolidos pelos próprios smartphones e pelos subnotebooks completos.
Podendo escolher, você compraria um trailer ou trocaria de carro?
Para explicar com um exemplo: se meu carro fosse pequeno e eu precisasse ocasionalmente trasnportar mais pessoas, eu não compraria um trailer, mas sim procuraria trocar de carro, e conviveria com o problema enquanto não pudesse fazer a troca. Se a Palm me oferecesse um subnotebook (digamos, a US$ 600 – ainda bem mais barato que um Vaio, mas com vários recursos a menos também) que oferecesse o pacote completo das funcionalidades do Treo e tivesse as dimensões e recursos adicionais do Foleo, eu certamente levaria a oferta bem mais a sério do que esta alternativa planejada para operar acoplada a outro dispositivo existente – uma decisão que me parece ter sido orientada muito mais pelo marketing do que pela engenharia.
Mas a minha aposta é que mais gente no mercado irá perceber o tamanho da demanda por subnotebooks econômicos, ainda que magros em recursos, e nos próximos meses veremos surgir ofertas provenientes da Ásia e que oferecerão tudo que o Foleo tem, mas posicionadas para a operação independente, incluindo confortos como mais portas de expansão internas e uma saída VGA para conectar-se a projetores comuns sem adaptadores, por exemplo. E se estes aparelhos tiverem Bluetooth, é provável que se comuniquem numa boa com os Treos – tão bem quanto o Foleo faz.
E estes subnotebooks novos provavelmente custarão menos que os US$ 500 que a Palm diz que vai cobrar – valor pelo qual dá de comprar um notebook bem razoável, diga-se de passagem.
Concluindo
Em síntese: o Foleo me parece um produto que tinha tudo para dar certo, mas em algum momento do desenvolvimento dele as decisões erradas foram tomadas. Espero que das lições aprendidas pela Palm sirvam para orientar o restante do mercado. Mas se eles resolverem baixar o preço para US$ 199, talvez eu repense 😉
E você: qual a sua opinião sobre o Foleo?
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