A palestra de Mark Shuttleworth, idealizador do Ubuntu, citada aqui em nosso site, foi uma conversa bem informal.
Mark Shuttleworth foi convidado pela Async, empresa situada em São Carlos para o desenvolvimento do software e tecnologia desta empresa; aproveitando sua estada, o roteiro pelo Brasil de 4 semanas incluiu visitou a várias cidades como Manaus, Brasília, Salvador, Porto Alegre e São Paulo para conhecer projetos e divulgar tecnologia.
A visita em Guarulhos, foi a um centro comunitário chamado Casa Brasil Água e Vida, entidade financiada pelo Governo Federal, que atende uma comunidade carente de Guarulhos. Este centro atende crianças e adultos da comunidade em várias atividades.
O objetivo do Centro de Guarulhos é a inclusão Digital e Social, minimizando desigualdades sociais promovendo a cidadania para as pessoas carentes. As atividades são variadas, dentre elas destacam-se atividades culturais, de leitura, ciência e informática.
A visita ao projeto e ao Telecentro de Guarulhos foi motivada justamente porque o Telecentro usa do Ubuntu em seus desktops e Sacix (sistema baseado em Debian também criado nos Telecentros de São Paulo) em seus servidores e softwares livre foi muito agradável. A receptividade foi muito grande e o grau de interesse dos alunos de lá é fantástico. Segundo Sérgio Murilo Coelho, o Serginho, coordenador da Casa e do Telecentro, “as crianças vem aqui, muitas nunca tiveram contato com computadores, não têm o paradigma que as pessoas costumam a usar ou comparar quando utilizam software livre ou Linux em comparação ao software proprietário.” Para elas o interesse é o da descoberta e do aprendizado.
Já o Mark compartilhou suas visões e experiência no auditório da Casa Brasil num ambiente de informalidade e com ajuda de um tradutor de São Carlos. Os convidados eram alunos da própria Casa Brasil e região, profissionais, curiosos e alunos de outras escolas de Guarulhos.
Um dos convidados sugeriu o primeiro um tema. Linux no Desktop.
Mark disse que há 10 anos atrás, isto era uma coisa meio difícil de se imaginar, dado o interface e o uso mais difundido do Windows, mas que nos dias de hoje se vê com muito mais clareza que em muitas atividades que o software livre e Linux são melhores que os software proprietários. Ele também acha que a expansão do Linux deve ser feita por nichos ou partes. Por exemplo para escritórios ou departamentos específicos a migração além de ser vantajosa no custo, torna os sistemas e desktops mais seguros e dinâmicos.
No meio da palestra, Mark fez um pedido:
“- Por favor, usem Phyton !”.
Um outro tema desencadeado pela curiosidade, é o fato de que ele foi o segundo turista a viajar no espaço. Exatamente, ele também é conhecido por ter viajado ao espaço para a estação espacial russa em Abril de 2002. Após ter vendido sua empresa de segurança na internet. Ele usou este fato como exemplo para demostrar que as idéias podem ajudar a realizar nossos sonhos.
Com pouco dinheiro, morando na “distante África do Sul”, no final dos anos 90 em Cape Town, sem internet e apenas com uma garagem para “engenhar” suas idéias. Ele, formado em Finanças e TI, vendo o “começo” da internet e informações indo e vindo da rede sem proteção alguma, imaginou o que faltava, algo que protegesse as informações trafegadas neste meio.
Criou em 1995 a Tawthe, empresa especializada em segurança (encriptação) internet e certificados digitais (SSL). Dado ao sucesso de sua iniciativa,ele vendeu a empresa para a Verisign por aproximadamente US$500 milhões de dólares. Daí então um grande passo rumo ao seu sonho. Viajar ao espaço na nave russa Soyus.
Ele também ressaltou que uma das coisas que o surpreendeu em sua visita ao Brasil foi a excelente qualidade dos brasileiros em tecnologia, software livre e inciativa.
Atualmente ele mora em Londres. Mark também é desenvolvedor do e fundador da Cannonical e da Fundação Shuttleworth, fundação dedicada a educação, sem fins lucrativos.
