Banda larga de dar inveja

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Banda larga de dar inveja

——————————————————————————– Onde estão algumas das conexões mais rápidas de todo o globo ——————————————————————————–

POR CARLOS CHERNIJ

JÁ PENSOU NO QUE VOCÊ FARIA se sua conexão de banda larga em casa fosse de 1 Mbps? Parece bom, não? Para nós aqui no Brasil, pode até ser. Mas, se você oferecer uma conexão dessas para um japonês ou um sul-coreano, ele vai olhá-lo com a mesma cara que
você faria se alguém tentasse lhe convencer a voltar para a conexão discada. Nesses países a banda larga de nível mais baixo, como a de 256 Kbps daqui, está na faixa dos 2 ou 3 Mbps. E pelos mesmos 30 dólares que se pagam em média por uma conexão de 300
Kbps no Brasil.

Na Europa, as coisas caminham no mesmo rumo. Nos países escandinavos, a banda larga já atinge índices parecidos com os dos sul-coreanos, onde mais de 70% das casas contam com conexões rápidas. No resto do continente, a expansão segue forte. Com algo em
torno de 25 euros por mês, é possível ter um link de 1 Mbps, e a concorrência entre os provedores faz surgir ofertas de até 15 Mbps pela pechincha de 30 euros – pouco mais de 100 reais.

A velocidade máxima não pára por aí – e depende da tecnologia. Vários provedores asiáticos e europeus oferecem até 24 Mbps por meio de versões mais avançadas do ADSL. Com conexões a cabo, é possível encontrar ofertas de até 45 Mbps, bastante comuns na
Coréia do Sul, no Japão, na Holanda e na Noruega. Mas o caldo realmente engrossa com o FTTH (Fiber to the Home).

Sim, é isso mesmo: o provedor leva um cabo de fibra ótica até a casa do usuário, com a utópica velocidade de 100 Mbps. Em apenas um minuto seria possível baixar algo em torno de 700 MB, um CD de dados lotado. O preço? No Japão, sai por 70 dólares, em
média. Menos de 200 reais, o que parece quase de graça perto dos mais de 1200 reais que um link ADSL de 2 Mbps custa por aqui. No Brasil, aliás, começa a aumentar a oferta de conexões mais velozes. A operadora de TV a cabo Vivax, por

exemplo, já oferece na cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, um link de 3 Mbps.

Se você já estiver tonto com tanta velocidade, prepare-se. O governo japonês, em conjunto com algumas empresas, está tocando um projeto com conexões de até 10 Gbps, previsto para o ano de 2010. Os mesmos 700MB que demorariam um minuto para serem
transferidos no FTTH levariam menos de um segundo.

Os Estados Unidos, por sua vez, ainda não estão no mesmo patamar dos asiáticos em número de casas com internet rápida. Mas as velocidades não ficam devendo muita coisa. Conexões de 1 Mbps, na faixa dos 30 dólares, são comuns. E não é difícil conseguir
6 ou 8 Mbps, por cerca de 40 ou 50 dólares. Há links de 45 Mbps via cabo ou T3, mas eles ainda não são nada acessíveis. Custam algo em torno de 500 dólares por mês.

Ninguém sabe exatamente onde tudo isso vai parar. Mas os japoneses já têm uma idéia: estão fazendo planos para cabear todas as casas com fibra ótica até 2015. Dessa forma, toda a infra-estrutura de internet, telefonia e televisão seria unificada num
cabo só. É difícil saber quando conseguiremos alcançar a situação atual de países como o Japão, a Coréia do Sul e Hong Kong. Mas de uma coisa pode-se ter certeza: quando chegarmos lá, eles já vão estar muitos gigabits na frente e muitos dólares atrás.

Matéria publicada na Revista Info Exame de maio de 2005.

Por: Carlos Alberto Kiyoshigue Shimabuco Enviado pelo formulário do site em 18/05/2005-21:01:47

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