3 fatos que você precisa saber sobre HDR

3 fatos que você precisa saber sobre HDR

Algumas tecnologias relacionadas a reprodução de imagens, quando bem implementada e desfrutadas no dispositivo que realmente conseguem atender da maneira como foram pensadas, estabelecem um efeito catártico. O HDR consegue esse efeito.

Pelo fato do custo, muitas pessoas ainda não tiveram contato com uma reprodução em HDR que realmente faça jus ao que essa tecnologia pode entregar. Mas, caso você que esteja lendo esse artigo, experienciou essa tecnologia de maneira realmente verdadeira, sabe que não é um exagero. O HDR realmente causa aquele efeito “uau” ao assistir ou jogar algum conteúdo que tenha suporte a ele.

Falar sobre HDR é adentrar num tema com muitas nuances, detalhes finos e uma sopa de letrinhas e jargões. Nesse artigo separei 3 fatos sobre o HDR que você precisa saber. Bora!

O que é HDR?

Antes de tudo, é importante estabelecer aqui do que se trata realmente o HDR. Já há alguns anos, o termo foi transportado para o mundo dos monitores, TVs e telas de dispositivos como smartphones, mas sua origem está no mundo da fotografia.

Na fotografia, o HDR significa uma forma de capturar mais detalhes nos elementos mais claros e escuros. Ampliando a faixa dinâmica, entregando o que a própria sigla HDR significa: High Dynamic Range (alto alcance dinâmico, em português). Uma alternativa ao SDR, que é uma faixa estreita.

Para que esse alto alcance dinâmico aconteça, a cena capturada é registrada em diferentes níveis de exposição – algumas subexpostas, outras superexpostas, além de registros com uma exposição média. Ao combinar, via software, essa “salada” de registros em diferentes exposições amplia-se a faixa dinâmica, elevando a percepção e definição entre as partes mais escuras e mais claras. 

Independente de ser na fotografia ou na reprodução de conteúdo em vídeo, o propósito do HDR, ao ampliar a faixa dinâmica, é reproduzir uma gama de tons mais próxima da cena original, capturando-a de maneira mais fiel.

No entanto, assim como na fotografia, nem sempre o objetivo é transmitir a cena de forma totalmente realista, como foi vista. Técnicas de color grading são usadas para aplicar uma estética que esteja em sintonia com a intenção artística do conteúdo.

 

É por isso que, nos famosos vídeos de teste HDR usados para testar TVs, as imagens costumam ter uma coloração vívida e impactante. Nesse caso, a ideia não é necessariamente mostrar um pôr do sol exatamente como ele é na realidade, mas sim agregar um valor artístico à imagem.

O HDR visa alcançar toda essa estética, capturando a faixa completa entre o claro e o escuro, que, quando combinada com outras características do painel, entrega uma imagem visualmente hipnotizante.

1) Pico de Brilho: cuidado com a pegadinha dos números

Quando falamos de HDR em telas, uma das especificações mais divulgadas e enfatizadas é o pico de brilho. Recentemente, adquiri o iPad Pro M4, e, dentre as especificações que a Apple divulga sobre a tela do produto, ela menciona um pico de brilho de até 1600 nits na reprodução em HDR. Algumas telas prometem números ainda mais impressionantes, como a X955, da TLC. Um modelo Mini-LED que promete 5.000 nits.

TCL X955

Muitas pessoas podem presumir que esse pico de brilho divulgado se refere à medição considerando 100% do painel, mas esse não é o caso. Esses números são baseados em medições realizadas em pequenas áreas da tela. Por exemplo, no teste do Tom’s Guide, que utilizou equipamentos profissionais para medir o pico de brilho, o iPad Pro M4 atingiu 1510 nits ao considerar uma área de 40% do painel. Ao expandir essa área, o pico de brilho tende a ser menor.

Essa é uma das razões pelas quais TVs e monitores de entrada, que prometem um pico de brilho já considerado baixo para HDR, na casa dos 300 a 400 nits, não conseguem entregar um resultado realmente impressionante na reprodução em HDR. Se o fabricante divulga um pico de brilho de 400 cd/m², pode ter certeza de que, na maioria dos casos, esse valor foi atingido em uma parte muito pequena do painel durante a medição.

Essa imagem abaixo da Dolby deixa bem clara essa diferença:

2) A cobertura do espaço de cor é importante

Não adianta focar apenas em brilho. O HDR para “brilhar” em toda sua magnitude também precisa ampla cobertura no “entendimento” das cores. Portanto, é muito importante considerar o espaço de cor, em termos percentuais, que a tela consegue mapear.

Para a reprodução de conteúdos de filmes e séries, uma métrica importante é quanto o painel consegue mapear do espaço de cor DCI-P3. Quanto maior o percentual melhor. Atualmente, muitos monitores e TVs já conseguem mapear 98, 99%, 100% desse espaço de cor.

Caso você queira ser ainda mais criterioso – e esteja disposto a pagar por isso – também pode se atentar ao valor de Delta E, que tem relação direta com a precisão das cores. Nesse aspecto, o que importa são valores mais baixo.

A compatibilidade com diversos padrões de HDR também é válida, principalmente o Dolby Vision, devido a sua característica do mapeamento dinâmico. Saiba mais sobre as diferenças entre HDR 10, Dolby Vision e HLG clicando aqui.

2) Em termos de conjunto, apostar no OLED eleva sua experiência com o HDR

Sei que tocar no tema OLED é levantar a oportunidade para aqueles que sempre acendem o alerta sobre a degradação do painel a médio e longo prazo. Ao mesmo tempo que cada vez mais pessoas estão experienciando essa tecnologia, muitas ainda têm receio, totalmente compreensível, de adquirir um dispositivo com essa tecnologia.

No entanto, para quem está disposto a experimentar, posso afirmar que é um caminho sem volta. Assistir algo em HDR (real) em uma tela OLED proporciona uma experiência impressionante, impossível de ser replicada com a combinação HDR + LCD LED.

Menciono o conjunto, pois as tecnologias LED podem até entregar mais brilho que alguns painéis OLED, mas o ponto de desempate é o contraste, fundamental para o resultado em HDR. Lembre-se, o princípio do HDR é a ampla faixa dinâmica, mapear zonas mais escuras e mais claras. O contraste do OLED acaba agregando muito ao resultado da reprodução do conteúdo.  Telas LCD Mini-LED também costumam entregar um bom resultado.

Portanto, se você está buscando o melhor cenário – em termos de reprodução da imagem – para HDR, apostar em um bom painel OLED é o caminho. No entanto, não condene tudo o que não é OLED. Alguns painéis LED implementados em TVs e monitores são muito bons.

Também não caia no erro de manter um certo rótulo de “problemático” ao OLED, comparando padrões iniciais da tecnologia, desconsiderando a evolução que vem ocorrendo. Uma inovação que deve ganhar força nos próximos anos é o Tandem OLED, que é o OLED de mais de uma camada. Ao combinar camadas, esse tipo de painel visa contornar algumas deficiências da tecnologia, como o nível de brilho e também melhorar o tempo de vida útil do painel, reduzindo ainda mais as chances de retenções permanentes de imagem.

Tandem OLED

Conte sua experiência com TVs e monitores. Você já assistiu ou jogou algo com HDR ativado? O que acha dessa tecnologia? Comente abaixo.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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