Você pagaria para se livrar dos anúncios no Facebook e Instagram? Na Europa isso pode ser uma realidade

A Meta, empresa controladora das redes sociais Facebook e Instagram, está avaliando a possibilidade de introduzir uma opção de assinatura paga que permitiria aos usuários europeus evitar anúncios em suas plataformas. Mais ou menos como o YouTube Premium funciona hoje.

A informação foi revelada pelo The New York Times, que conversou, em condição de anonimato, com três pessoas que alegam saber dos planos futuros da companhia.

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Medida de defesa contra as regulamentações da União Europeia

A medida é, na prática, uma resposta às crescentes preocupações da União Europeia sobre a coleta de dados e a privacidade dos usuários. Embora ainda não haja detalhes sobre o preço ou a data de lançamento dessa opção paga, isso seria uma mudança de paradigma bem radical da Meta, que sempre ofereceu suas plataformas de mídia social como serviços gratuitos sustentados por publicidade.

A União Europeia tem intensificado seu escrutínio sobre as práticas de coleta de dados da Meta. Como sabemos, a companhia fundada por Mark Zuckerberg usa os dados obtidos dos usuários para direcionar anúncios que podem ser relevantes. Mas a fiscalização ferrenha da UE tem levado a empresa a considerar alternativas para se adequar às regulamentações do órgão internacional.

É como diz o ditado “gato escaldado tem medo de água fria”. A Meta já enfrentou multas pesadíssimas por violações de privacidade, incluindo uma multa de R$ 6,5 bilhões por transferir dados de usuários europeus para servidores nos Estados Unidos, contrariando as diretrizes do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR).

Meta está “pisando em ovos” quando anda na Europa

A empresa já começou a oferecer aos usuários europeus a opção de desativar anúncios direcionados e está considerando tornar isso um padrão para todos na região. Além disso, a Meta adiou o lançamento de sua nova rede social, Threads, na Europa, devido a preocupações regulatórias, particularmente em relação ao iminente Digital Markets Act, que poderia restringir ainda mais o uso de dados pessoais dos usuários.

Segundo as fontes anônimas familiarizadas com os planos da empresa, a introdução de uma opção paga e sem anúncios poderia “aliviar” as preocupações das autoridades europeias, mesmo que poucos usuários optem por ela. A ideia não é lucrar, mas sim evitar mais multa bilionárias por parte da UE.

A opção paga poderia beneficiar não apenas os usuários que desejam uma experiência sem anúncios, mas também a própria Meta, que vê a Europa como um mercado importante. A publicidade na região representa cerca de 10% da receita total da empresa. Portanto, encontrar uma maneira de se adaptar às regulamentações europeias sem comprometer sua lucratividade é crucial para a companhia.

Fonte: The New York Times