Hoje em dia o algoritmo base de aplicativos, principalmente redes sociais, tem como objetivo principal manter os usuários sempre interessados nos conteúdos, fazendo com que eles passem cada vez mais tempo na plataforma. E esse foi o motivo para que o TikTok, Youtube e Snapchat fossem processados por profissionais de educação nos Estados Unidos.
De acordo com os educadores, as empresas desenvolveram esses aplicativos para que eles sejam extremamente viciantes, ao ponto de se tornar prejudicial para crianças e jovens principalmente. Essa é a principal alegação da ação judicial, que pretende mudar a forma como essas empresas entregam seus produtos para pessoas mais novas.
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Ação aponta para piora da saúde mental dos jovens
Os superintendentes de escolas e o Comitê de Educação do Condado de San Mateo, na Califórnia, entregaram na semana passada um documento completo, com 107 páginas, com explicações e entendimentos sobre o processo. Entre os tópicos ressaltados nesse documento pelos advogados estão principalmente as crises de saúde mental e o sistema de monetização dos aplicativos citados, mostrando o quanto ele pode ser agressivo.
O documento conta ainda com o que eles determinam como “alegações factuais”. No geral, o que eles dão a entender é que o TikTok, o Snapchat e o Youtube contam com algoritmos extremamente viciantes, o que faz com que as crianças não larguem os seus aparelhos e nem prestem atenção a mais nada.
Isso tudo, de acordo com eles, acaba tendo um papel muito importante no agravamento de problemas de saúde mentais que os jovens estão tendo atualmente.
Em uma declaração, a advogada Karin Swope, que cuida do caso para a agência “Cotchett, Pitre and McCarthy LLP” disse que:
Para os jovens visados pelas empresas de redes sociais e para os adultos encarregados dos seus cuidados, os resultados têm sido desastrosos. O uso excessivo das plataformas das empresas YouTube, TikTok e Snap por crianças tornou-se onipresente. E agora, há mais crianças lutando com problemas de saúde mental do que nunca. O suicídio é agora a segunda principal causa de morte para os jovens.
Desafios dos TikTok também geram prejuízos para as escolas
Além de alegar a piora no quadro de problemas de saúde mental, o documento vai além, mostrando que as redes podem ser tão negativas a ponto de instigar comportamentos agressivos ou até mesmo vândalos.
Um dos exemplos foi o que aconteceu nos próprios colégios de San Mateo, onde várias instituições acabaram tendo suas instalações vandalizadas depois de um desafio conhecido como “Devious Lick” ter viralizado nessas plataformas em 2021.
De acordo com os advogados, o desafio consistia em vandalizar escolas, como uma espécie de missão, o que acabou gerando muitas perdas físicas e prejuízos para esses espaços. O próprio TikTok acabou tendo que tomar uma atitude, já que em agosto do mesmo ano a plataforma baniu qualquer menção a esse desafio. Porém quando isso aconteceu muitos locais já tinha sido destruídos.
Porém, o grande foco ainda é a saúde mental dos jovens, e não dá para fugir disso. De acordo com Nancy McGee, a superintendente dos colégios de San Mateo, essas plataformas acabaram tendo um papel crucial no aumento de alguns diagnósticos.
Todos os dias, as escolas estão lidando com as consequências, que incluem alunos distraídos, aumento de ausências, mais crianças diagnosticadas com TDAH e cyber-bullying que surge nas salas de aula.
A ação judicial pediu ainda para que as empresas responsáveis pelos 3 aplicativos sejam julgadas em um tribunal com júri. Além disso, ela prevê punições e compensações financeiras. Por fim, o processo pede para que a conduta dos réus seja “constituída como um incômodo público sob Lei da Califórnia.”
O problema não é apenas dos Estados Unidos
Embora por aqui o Snapchat não seja exatamente um dos aplicativos de maior popularidade por ser específico do iOS, os outros dois aplicativos acabam tendo uma história parecida. Tanto o TikTok quanto o Youtube são muito usados por crianças e jovens, e o efeito das plataformas também são semelhantes aos notados nos jovens estadunidenses.
Atualmente pesquisas já revelaram que o TikTok é o aplicativo mais usado por crianças e jovens, como a realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil. De acordo com eles, 34% das pessoas entre 9 a 17 anos utilizam e preferem a rede social chinesa.
Além disso, aqui no Brasil, cerca de 88% das crianças têm acesso a pelo menos uma rede social, o que já é preocupante. Além do TikTok, também temos outros aplicativos muito usados por aqui como o Instagram, o WhatsApp e o Youtube. Apesar de alguns deles já estarem tentando evitar esse tipo de problema, como por exemplo imponto limite de tempo no uso para crianças e adolescentes, ainda não dá para saber o quão eficaz esses tipo de recurso pode ser.
Fonte: thebrunswicknews
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