Governo quer implementar imposto para serviços de streaming como Netflix, HBO Max e outros

Por: Larissa Ximenes

Os serviços de streaming ganharam bastante popularidade nos últimos anos e, em razão disso, cada vez mais opções surgem no mercado para quem quer ficar em dia com séries e ter diversos filmes e programas a sua disposição.

Esse aumento na opções de serviços de streaming faz com que a conta paga para ter acesso a vários dele suba cada vez mais, e aqui no Brasil eles podem se tornar ainda mais caros graças a um projeto de lei que visa taxá-los.

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Taxa de 20% iria para o Condecine

Esse projeto de lei já está tramitando na Câmara de Deputados e tem como objetivo cobrar uma taxa de 20% da receita com streaming de empresas estrangeiras como, por exemplo, a Netflix, a Amazon Prime, o Disney+, HBO Max, entre outras.

O autor desse projeto de lei foi o deputado David Miranda (PDT-RJ) e ele tem como sigla PL 483/2022. O projeto tem como proposta uma revisão da medida provisória que criou a Política Nacional do Cinema para adicionar uma arrecadação do setor de streaming estrangeiro. Essa arrecadação seria para o Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) e teria o valor de 20% em cima da receita obtida através de streaming.

Ao falar sobre seu projeto, Miranda afirmou que as plataformas de streaming estão crescendo de forma acelerada e devem se “adequar a legislação aos novos desafios”. Dessa forma, sua proposta é que essas empresas estrangeiras que proporcionam esse tipo de serviço aqui no Brasil ajudem a contribuir com o Condecine, já que ele considera esse tributo como uma fonte de recursos bastante importante para o audiovisual brasileiro.

Ele ainda citou que a França entrou com uma lei muito semelhante, obrigando que as plataformas de streaming pagassem uma taxa de até 25% em cima do seu faturamento para financiar o cinema e o audiovisual nacional.

Hoje em dia, um dos setores mais importantes na contribuição para o Condecine é o de TV por assinatura. Porém, com o aumento das ofertas de serviços de streaming, esse setor vem perdendo mais de 1 milhão de acessos por ano. Embora nem todas essas migrações tenham ido direto para o serviço de streaming, já que no Brasil muitos ainda escolhem o caminho da pirataria e IPTV.

Segundo o deputado, os serviços de streaming faturam mais de R$ 14 bilhões por ano

O autor do projeto, David Miranda, chegou a publicar em seu Twitter que os serviços de streaming de empresas estrangeiras conseguem faturar R$ 14 bilhões de reais por ano, incluindo grandes nomes como a Netflix. Segundo ele, esse é um estímulo para que os artistas possam entender e aderir ao seu projeto.

Porém, ainda não há nenhum dado oficial que confirme esse valor citado pelo deputado. Isso porque empresas como Netflix, Disney+, Amazon Prime e outras não divulgam publicamente estatísticas de seus serviços como número de assinantes aqui no Brasil ou valor ganho em cada plano de serviço.

A postagem do deputado pode ter sido feita com base em uma matéria publicada em agosto do ano passado pelo NaTelinha, que afirmou que os serviços de streaming já superaram a TV aberta em termos de receita e que esse valor chega a justamente R$ 14 bilhões. Mas esses dados também não são oficiais e só consideram 3 streamings, a Netflix, o Amazon Prime e a Globoplay.

Com isso, é preciso levar em consideração alguns detalhes. Primeiro, a Globoplay é um serviço de streaming de empresa nacional, ou seja, não entraria esse projeto de lei que é destinado para empresas estrangeiras. Segundo, o Amazon Prime oferece uma diversidade de serviços em sua assinatura, não apenas o de streaming, como frete grátis no site, serviço de leitura, jogos gratuitos e transmissão na twitch, entre muitas coisas.

E, terceiro, como o Brasil já conta com mais outras grandes opções de streaming atualmente, não dá para se basear apenas nessas três. Hoje em dia é possível citar o crescimento de outras como o HBO Max, Disney+, Star+, Paramount+, Apple TV+, StarzPlay, e mais.

Por fim, caso a lei seja aprovada, é muito provável que quem vá pagar o pato sejam os próprios consumidores, já que essas empresas deverão aumentar o valor da assinatura aqui no Brasil para adicionar essa taxa. Só nos resta esperar para ver.

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