Criador de Second Life alerta sobre os perigos do metaverso

Criador de Second Life alerta sobre os perigos do metaverso

Muitas pessoas não devem se lembrar do jogo Second Life, uma espécie de mundo virtual (aos moldes do metaverso) que bombou na segunda metade dos anos 2000, mas atualmente ninguém fala sobre.

Agora, com o hype do metaverso bombando cada vez mais, alguns dos primeiros criadores de mundos virtuais apareceram na mídia para aconselhar e, sobretudo, alertar sobre as consequências desse tipo de plataforma.

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Aliás, no grupo do WhatsApp dos redatores deste site, o nosso editor definiu o metaverso como “um Second Life avançado”. Para quem não conhece Second Life, confira abaixo uma matéria do Fantástico na época em que o “metaverso” bombou aqui no Brasil.

Philip Rosedale, fundador do Second Life (ou do metaverso ultrapassado), também fez algumas considerações sobre a nova moda da indústria tech.

Em entrevista à revista Time, Rosedale e o antropólogo Tom Boellstorff, autor do livro “Coming of Age in Second Life”, comentaram sobre os desafios na criação de metaversos.

Convivência igualitária é a chave para o metaverso, diz Philip Rosedale

O principal conselho de Rosedale aos criadores dos novos metaversos foi uma alerta sobre o desenvolvimento de um sistema que permita aos usuários uma “coexistência igualitária”

Certamente, essa afirmação faz alusão à liberdade que os usuários do Second Life tinham ao utilizar a plataforma. No auge do jogo, houve vários escândalos sobre atividades maliciosas, como lavagem de dinheiro, simulação sexual de menores e violação de direitos autorais.

Second Life Metaverso
Créditos: Second Life

Isso ocorreu, particularmente, pela decisão de Rosedale em deixar que o Second Life fosse o mais livre possível.

Agora, o fundador de um dos primeiros metaversos da história se posiciona de maneira diferente.

“A questão sobre quais são as formas necessárias de moderação para existirmos de maneira igualitária em um metaverso ainda não tem resposta”, afirma Rosedale.

“Há dilemas como garantir o direito à identidade, para que outros usuários não possam identificar a pessoa por trás do avatar — mesmo que o avatar ou o pseudônimo do invidio sejam suficientemente estáveis —, garantindo que haja consequências às suas ações e que eles se comportem bem. No entanto, nós ainda não chegamos nessa etapa na internet: ainda não temos sistemas de identificação que permitiriam um controle maior.”

Modelo de negócios do Second Life é uma opção para o metaverso

Por sua vez, Tom Boellstorff complementou haver a necessidade de um framework mais consistente para evitar que usuários maliciosos usem o metaverso para cometer crimes.

O antropólogo comparou o exemplo do Second Life, pois desde quando os usuários começaram a pagar uma assinatura mensal, o modelo de negócios da plataforma deixou de se basear em anúncios.

Para ele, o modelo de assinaturas do Second Life é a razão de não haver “desinformação e publicações anti-vacinação”, salientando que “nenhum metaverso precisa ser de uma empresa cujo modelo de rentabilidade é baseado em anúncios pagos”.

Second Life Metaverso
Mark Zuckerberg e seu avatar no metaverso. Créditos: Meta

Por fim, Rosedale alertou, de maneira mais branda, que os desenvolvedores devem se atentar ao preço dos dispositivos necessários para acessar ao metaverso, como headsets VR.

Diferentemente de John Hanke, Fundador da Niantic, que criou Pokémon Go, os alertas de Rosedale são mais moderados. Em agosto, Hanke, responsável por um dos jogos que abriu as portas para a realidade aumentada, definiu o metaverso como um “pesadelo distópico”.

No entanto, pelo visto, o CEO da Niantic mudou de ideia. Leia mais: Niantic revela app para Metaverso que mistura mundo real com realidade aumentada

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