Aquisição da ARM pela Nvidia ganha maior prazo de análise pela União Europeia

Hoje (6), a Nvidia ofereceu concessões para a Comissão Europeia visando assegurar a aprovação da compra da Arm, que sofre uma investigação de antitruste pelo governo britânico.

Com isso, a Comissão Europeia estendeu o prazo para aprovar a aquisição até o dia 27 de outubro. No entanto, o órgão não revelou o que a Nvidia ofereceu como concessão para ampliar o prazo.

Concessão, no mundo dos negócios, é basicamente quando uma parte da negociação oferece algo de valor à outra parte com o intuito de fechar o contrato.

Portanto, caso a concessão da Nvidia seja algo que possa trazer alterações nas operações e nos negócios, trazendo preocupações legais, a União Europeia pode estender ainda mais sua análise.

Por um lado, isso é bom para a Nvidia que pode lidar com os problemas contratuais e as alegações de trust pelo governo britânico. Por outro lado, a lentidão do processo de análise pode impedir que a Nvidia e a Arm se unam no prazo estipulado pela companhia, que seria em março de 2020.

A Nvidia não quis revelar a oferta, lançando um comunicado afirmando que trabalha para resolver o processo regulatório e estão disponíveis para responder às questões da Comissão Europeia.

Por fim, a Nvidia afirmou que a transação beneficiará a Arm, bem como suas licenças, e toda a indústria.

Entenda o caso envolvendo a Nvidia e a Arm

Em setembro do ano passado, a Nvidia anunciou que iria comprar a Arm, fabricante de chips pertencente ao grupo japonês SoftBank e detentora da patente de tecnologia de chips mais utilizada no mundo.

O negócio, considerado o maior da indústria de semicondutores, iria custar US$ 40 bilhões para a Nvidia. No entanto, em fevereiro deste ano, empresas americanas exigiriam dos órgãos regulatórios dos EUA uma análise sobre a aquisição.

Entre essas empresas estão as gigantes Alphabet (Google), Microsoft e Qualcomm.

Leia mais: Microsoft, Qualcomm e Google querem barrar a aquisição da ARM pela NVIDIA

Segundo fontes próximas do Vale do Silício, as empresas exigem ação do governo, pois o acordo iria afetar a competitividade “em uma área de uma indústria vital aos seus negócios”.

Com a compra, a Nvidia teria controle sobre uma importante fornecedora que oferece licenças de tecnologias essenciais aos chips dos produtos de empresas como Apple, Intel, Samsung, Amazon e outras.

Entretanto, apesar dos apelos das empresas citadas acima, aquisições como a da Arm pela Nvidia não são tão preocupantes aos órgãos regulatórios das práticas do mercado financeiro.

Isso pelo fato da compra ser vista como uma junção vertical, ou seja, quando as duas empresas não competem no mesmo mercado.

Em agosto deste ano, o CMA (Competition and Markets Authority), órgão responsável por regulamentar a concorrência e o mercado financeiro no Reino Unido, alertou que a compra da Arm poderia permitir que a Nvidia coibisse o acesso de empresas rivais aos produtos da Arm.