Activision Blizzard perde executivos importantes enquanto vive um período conturbado

A situação da Activision Blizzard está cada vez e pior. Ontem  (21), surgiram notícias informando que duas pessoas do alto escalão deixaram a empresa.

Uma dessas pessoas é Claire Hart, que anunciou ontem (21) sua demissão através de uma postagem em seu perfil no LinkedIn.

Hart é era a diretora jurídica da Activsion Blizzard, e afirmou que seu último dia com parte da empresa foi na última sexta-feira (17).

A executiva, que já trabalhou no Google, não revelou os motivos de sua saída da empresa, citando apenas que os últimos três anos foram repletos de “situações inesperadas”.

Contudo, Hart afirma se sentir honrada por ter trabalhado e convido com ótimas pessoas durante o seu período na Blizzard.

A outra pessoa a deixar a anteriormente renomada empresa foi Chacko Sonny, produtor executivo da sequência de Overwatch, que ainda não foi lançada. Além do cargo de produtor executivo, Sonny mantinha o cargo de vice-presidente na Blizzard. 

A Blizzard emitiu um comunicado informando que a saída de Sonny foi para ele poder ter um tempo livre após cinco anos de serviços à empresa. No entanto, o estúdio ressalta que o time responsável pelo desenvolvimento de Overwatch 2 está fazendo um grande progresso.

Embora o comunicado da Blizzard, e tampouco o email de despedida de Chacko Sonny aos colegas, citem a crise atual vivida pela Actvision Blizzard, os ocorridos de ontem são mais um capítulo da crescente debandada dos executivos da empresa.

Além de Hart, diretora jurídica da empresa, e Sonny, a Blizzard já perdeu o diretor de Overwatch, Jeff Kaplan, e o diretor de Diablo 4, Luis Barriga.

J. Allen Black, presidente da Blizzard, também pediu demissão no mês passado, quase ao mesmo tempo que o chefe de recursos humanos da empresa, Jesse Meschuk.

Não é possível ignorar a relação entre esses pedidos de demissão com o problema judicial que a Activision Blizzard vive atualmente, sendo alvo de uma investigação judicial envolvendo o ambiente tóxico de trabalho da empresa.

Entenda o caso Activision Blizzard

Em julho deste ano, o Departamento de Emprego e Habitação do Governo da Califórnia processou a Blizzard após uma investigação sobre a conduta inapropriada dos funcionários homens da empresa.

Segundo o processo, a empresa americana incentivou uma cultura de trabalho em que suas funcionárias são alvos de constantes casos de assédio sexual, bem como o pagamento desigual de salários e a retaliação a essas pessoas.

A investigação durou dois anos, revelando que a companhia descriminava sua força de trabalho do sexo feminino e privava essas mulheres dos mesmos direitos a aumentos, benefícios, promoções, acertos financeiros de fim de contrato. Além disso, a Activision Blizzard distribuía as tarefas de modo desigual baseado no gênero dos seus colaboradores.

Leia mais: Activision Blizzard é processada por conduta interna de assédio e descriminação

Processo judicial já gerou muitas consequências

O alto escalão da Activision Blizzard, segundo o processo, não tomou providências para prevenir a descriminação e o assédio.

Como resultado disso, mais de dois mil funcionários da empresa fizeram um processo e enviaram uma carta à direção da empresa condenando esse comportamento.

Recentemente, esses funcionários afirmaram que a Activision Blizzard não está atendendo suas demandas.

Outra consequência negativa para a empresa foi a perda de patrocínio em suas ligas de esports.

Por fim, para fechar com chave de ouro, ontem (21), mesmo dia em que surgiu a notícia da saída da principal advogada da empresa, o Wall Street Journal fez uma matéria que revela outro processo em que a Activison Blizzard é alvo.

Segundo o jornal, a Comissão de Segurança e Comércio dos EUA lançou uma extensa investigação que demanda um testemunho presencial do CEO da Actvision Blizzard, Bobby Kotick, em um tribunal americano.