IBM e Fujifilm estabelecem um novo recorde para o armazenamento em fita: 580 TB

IBM e Fujifilm estabelecem um novo recorde para o armazenamento em fita: 580 TB

A colaboração entre IBM e Fujifilm no desenvolvimento de fitas magnéticas continua surpreendendo. As companhias estabeleceram um novo recorde em relação ao armazenamento neste tipo de mídia: 580 TB. Impressionantes 250 TB a mais quando comparado com 2017, quando o armazenamento em fita da IBM/Fujifilm era de 330 TB. Evidentemente um salto em gigabits por polegada quadrada foi alcançado para que esse salto em armazenamento bruto pudesse ser alcançado. Passagem de 201 gigabits in² para 317 gigabits in².

A IBM fala que com 580 TB é possível armazenar o equivalente a 786.977 CDs empilhados a 944 metros de altura, o que é mais alto que o Burj Kalifa, o edifício mais alto do mundo. “É uma quantidade enorme de dados em um cartucho de fita que cabe na palma da mão”, destaca a IBM. Essa capacidade também é o equivalente a 120.000 DVDs.

Para o consumidor final o armazenamento em fita magnética é uma realidade completamente distante, mas para corporações e organizações governamentais mundo afora é um meio físico de armazenamento estratégico que garante muitas vantagens: maior segurança contra ataques cibernéticos, durabilidade, baixo custo (levando em consideração a sua alta capacidade de armazenamento) e eficiência energética (as fitas não consomem energia quando não estão em uso). De acordo com uma estimativa da IBM, mais de 345.000 Exabytes de dados residem atualmente em sistemas de armazenamento em fita!

As fitas magnéticas como solução de armazenamento nem de longe é uma novidade, estamos falando de uma tecnologia que está presente no mercado há mais de 60 anos. Entretanto, o uso das fitas têm-se tornado ainda mais interessante pela evolução da tecnologia para essa mídia.

O ponto crucial é a passagem do ferrite de bário (BaFe), atualmente em uso, para ferrite de estrôncio (SrFe). Os revestimentos de ferrite de bário usados nas fitas já foram tão miniaturizados que a leitura das informações se torna cada vez menos confiável. Como os átomos de estrôncio são menores que os átomos de bário, o ferrite de estrôncio permite que mais informações sejam armazenadas na mesma superfície de fita.

ferrite de estrôncio (SrFe)

Esse formato da fita da Fujifilm, tanto os modelos atuais, com ferrite de bários (BaFe), quanto os modelos futuros com ferrite de estrôncio (SrFe), utilizam o padrão Linear Tape-Open (LTO), desenvolvido pela IBM nos anos 90. A IBM também destaca outras tecnologias que foram desenvolvidas e que contribuíram para melhorar o uso com fitas magnéticas:

fita magnética
Linear Tape-Open (LTO)

“Desenvolvemos um novo conjunto de tecnologias para atingir esse novo recorde, incluindo uma nova tecnologia de cabeça de fita de baixa fricção que permite o uso de mídia de fita muito lisa e um detector que permite detecção confiável de dados registrados em meio SrFe a uma densidade linear de 702 Kbpi quando lidos com um sensor de leitura TMR ultra estreito de 29 nm.

Mas isso não é tudo: também desenvolvemos uma família de novas tecnologias servomecânicas, incluindo um novo padrão de servo pré-gravado nas servo-trilhas, um protótipo de atuador principal e um conjunto de servo controladores. Essencialmente, as servo-trilhas são o que ajudam o servo controlador a manter o posicionamento preciso das cabeças de leitura/gravação em relação à fita usando o atuador da cabeça. Nossas novas servo-tecnologias tornaram possível posicionar a cabeça com uma precisão recorde mundial de 3,2 nm.

Permitam-me alguns esclarecimentos: quando a fita é lida, ela passa sobre a cabeça a uma velocidade de cerca de 15 km/h, e com nossas novas servo-tecnologias ainda podemos posicionar a cabeça da fita com uma precisão de cerca de 1,5 vezes a largura de uma molécula de DNA”, explica a IBM.

Cientistas da IBM, Mark Lantz (à esquerda) e Simeon Furrer

O armazenamento em fita magnética continuará sendo essencial para o mundo corporativo, ainda mais quando colocamos em perspectiva o mundo correndo em direção de IoT. As fitas também seguirão surpreendendo em relação a sua escalada em termos de capacidade bruta de armazenamento. Como explica a IBM, o tamanho dos bits usados ​​no sistema de fita comercial de hoje ainda é muito grande em comparação com os bits no disco rígido, a fita tem muito espaço para redução de bits adicional, o que contribuí para o aumento da capacidade.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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