YouTube pode se tornar uma plataforma de compras

YouTube pode se tornar uma plataforma de compras

O Google planeja tornar o YouTube em uma plataforma de comércio online para rivalizar com as principais empresas do ramo.

Recentemente, a gigante do vale do silício solicitou aos criadores de conteúdo do YouTube a marcação dos produtos apresentados em seus vídeos. Além disso, há um mecanismo de rastreio para que os dados sejam entregues às ferramentas de compra e análise do Google.

Segundo um porta-voz do YouTube, esses testes estão sendo feitos em alguns canais de criadores de conteúdo da plataforma, que terão total controle sobre os produtos que aparecem em seus vídeos. 

A meta desse plano do Google é de tornar a vasta biblioteca de vídeos do YouTube em um gigantesco catálogo de produtos, onde os espectadores possam analisar e comprar os itens mostrados. Uma integração com a plataforma de vendas americana, Shopify, está sendo realizada para tornar essa funcionalidade possível.

Apesar de ser uma ação em desenvolvimento, essa mudança no formato do YouTube pode inserir de vez o Google no comércio online. Portanto, o Mercado Livre e a Amazon que se cuidem, pois, a grande vantagem do Google é a quantidade de material para ser transformado em produto. 

Estratégia do YouTube

A lista de possibilidades inclui tutoriais de maquiagens, receitas culinárias, unboxing e teste de produtos, além de muitos outros. Canais com essa linha de produção de conteúdo podem se tornar os outdoors para essa transformação do YouTube.

Unboxing no Youtube
Os vídeos de Unboxing são bastante populares no YouTube. Créditos: iJustine/Reprodução

Além disso, esse ‘novo’ YouTube pode alterar a principal fonte de receita da plataforma, a publicidade, que, sofreu uma queda exponencial. Pois, a pandemia do novo coronavírus afetou vários mercados, que diminuíram o orçamento para a publicidade.

Por outro lado, durante a pandemia, houve a explosão do comércio online, que deixou o Google observando as companhias rivais festejarem.

Embora não se saiba como o YouTube versão e-commerce irá gerar receita, o formato de taxar os criadores de conteúdo pode ser um caminho.

Há alguns meses, o YouTube introduziu novas fontes de receita, que interagem diretamente com os ganhos dos criadores. Um exemplo é a taxa de 30% que a plataforma cobra no sistema de assinaturas (‘seja membro’), em que o espectador paga uma taxa mensal para ter conteúdos exclusivos do canal.

Google virando e-commerce

Há algum tempo, o Google procura alternativas de receita além da publicidade, sobretudo em plataformas como o YouTube.

No início deste ano, com o surgimento da pandemia, o Google viu suas receitas de publicidades caírem em 8% enquanto o ramo de e-commerce subia cada vez mais.

Um exemplo é o crescimento de 11% das vendas do Facebook Inc., que conseguiu inserir ferramentas de comércio no Facebook e no Instagram com muito sucesso. 

A interface do Instagram Shopping
A interface e-commerce do Instagram. Créditos: Instagram

É até desnecessário citar a Amazon, a empresa do homem mais rico do mundo, que cresceu 40% durante a pandemia. Portanto, isso foi o bastante para que o Google abrisse os olhos para o comércio online.

Em julho deste ano, na época em que as ações da empresa caíram, o Google anunciou alterações em seu setor de pagamentos e e-commerce. A integração com o Shopify também visa atrair comerciantes para o Google Shopping, que agora conseguem gerenciar seu estoque.

A intenção é atrair os vendedores da Amazon para o Google Shopping, fazendo com o que a ferramenta funcione como buscador, bem como plataforma direta de vendas.

O YouTube começou o teste de integração com o Shopify no fim do ano passado, permitindo que criadores de conteúdo colocassem no máximo 12 produtos. Os produtos ficariam em um carrossel logo abaixo de onde está o vídeo principal.

Segundo executivos da empresa, o YouTube será a ferramenta principal nessa jornada rumo ao e-commerce.

O CEO Sundar Pichai acredita que a mina de ouro seja a quantidade de vídeos de unboxing, que podem instantaneamente se tornar em produtos. 

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