Nos últimos 10 anos, mais de 650 mil conteúdos ilegais foram removidos da internet, aponta ABES

Por: William R. Plaza

A ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) divulga os dados do monitoramento de internet realizado em 2019, que contabilizou mais de 83 mil conteúdos ilegais removidos. De acordo com a Associação, a oferta de softwares ilegais – programa de computador sem a autorização expressa do titular da obra – na internet caiu pelo segundo ano consecutivo no Brasil em 2019.

No ano passado, a associação removeu um total de 83.060 conteúdos ilegais da internet categorizados em 49.190 anúncios, 33.778 links e 92 sites para download. Em 2018, o total foi de 84.399, quase 1,6% a mais que no ano passado, sendo 43.378 anúncios, 40.944 links e 77 sites derrubados.

O levantamento mostra que o principal tipo de software removido da internet em 2019 foi de edição de imagens e/ou som (35,5%), seguido por aplicações de escritório (33,7%), softwares administrativos (24,3%), antivírus e outras aplicações de segurança (3%) e sistemas operacionais (2,2%). De acordo com a Associação, a remoção de materiais piratas da internet está diretamente relacionada à oferta desse tipo de conteúdo. Em 2018, as aplicações de escritório lideraram a oferta seguidas pelos editores de imagem e/ou som e softwares administrativos.

Os principais pontos de oferta de softwares ilegais foram os sites de leilão e os sites de comércio eletrônico, devido à facilidade da venda por meios digitais e da dificuldade de rastreio dos infratores e da procedência dos produtos. A remoção de anúncios de softwares em sites de leilão aumentou 13% e a de websites próprios 19,5% em 2019 na comparação com o ano anterior.

A estes canais de vendas somam-se redes sociais, blogs e domínios próprios (esses últimos não sendo monetariamente tão relevantes quanto os outros) onde a oferta de software ilegal também é feita gratuitamente via download.

“Apesar da queda percebida, o volume da oferta de conteúdos ilegais na internet ainda permanece altíssimo. Com o objetivo de acabar, ou diminuir ao máximo, com essa oferta, a ABES continuará com os seus compromissos de proteger a indústria de software e de sempre alertar os usuários quanto aos riscos envolvidos no uso de sistemas piratas, como vírus, malwares e sequestro de dados. Além destes, os softwares ilegais podem tornar os dispositivos vulneráveis a ataques de hackers e impossibilitar o suporte de assistências autorizadas”, explica Rodolfo Fücher, presidente da ABES.

A remoção de links de acesso a softwares ilegais caiu 17,5% em relação a 2018. O Setor de Monitoramento da ABES, responsável pelo monitoramento e derrubada de conteúdos ilegais da internet, explica que isso se deve tanto à remoção de sites que ofereciam este tipo de download bem como à demora das hospedagens externas em remover os softwares ilegais.

A Associação realiza, proativamente e diariamente, o monitoramento contínuo da internet e quando identifica algum conteúdo que viole o Direito Autoral de Softwares de seus associados, notifica diretamente os respectivos portais para removam o conteúdo. Esse serviço faz parte da iniciativa “Uma Empresa Ética” da Associação, que visa promover a concorrência saudável e ética no mercado de tecnologia. Denúncias de ofertas de links, anúncios e websites irregulares podem ser feitas anonimamente através do link: http://www.abessoftware.com.br/propriedade-intelectual/denuncie-pirataria.

“A ABES tem o propósito de colaborar na construção de um Brasil mais digital e menos desigual. Desta forma, entendemos que o uso de tecnologia de forma ética, como a utilização de software licenciado, é fundamental para que tenhamos um ambiente competitivo e propício à inovação”, complementa o presidente da ABES.

Veja abaixo os números dos últimos anos:

Evolução do total de anúncio em sites de leilão, links e websites removidos de 2009 a 2019:
Gráficos com resultados do Monitoramento de Internet em 2019

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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