Claro terá que indenizar cliente que teve WhatsApp clonado em duas linhas diferentes

Claro terá que indenizar cliente que teve WhatsApp clonado em duas linhas diferentes

A 22ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a operadora Claro indenize uma cliente que teve o WhatsApp clonado duas vezes em linhas diferentes, informa o site Convergência Digital. O valor da indenização é de R$ 20 mil.

Com o acesso ao WhatsApp da vítima, o cibercriminoso conseguiu invadir o histórico de conversas e até pedir dinheiro emprestado se passando pela autora da ação. Este tipo de golpe é conhecido como SIM Swap. Após sofrer a invasão, a cliente procurou a operadora. A orientação foi que ela adquirisse uma nova linha telefônica, e assim foi feito. No entanto, uma semana após a ativação, a nova linha foi invadida.

Pra completar, a linha anterior não foi desativada pela Claro, os contatos da vítima continuaram recebendo mensagens, inclusive pedindo dinheiro. A cliente relata que não foi bem atendida pela operadora, além da demora na solução do problema e cancelamento das linhas.

SIM Swap

De acordo com a empresa de segurança Kaspersky, a técnica de invasão SIM Swap está se tornando cada vez mais popular no Brasil. Diversas fraudes de R$ 10 mil cada foram registradas pela empresa. Boa parte dos golpes contam com o apoio de algum funcionário de operadora, com acesso ao sistema.

O interesse dos cibercriminosos nas fraudes de SIM Swap é tão grande que alguns até vendem este serviço para outros criminosos. Os fraudadores atiram em todas as direções; os ataques podem ser direcionados ou não, mas qualquer pessoa pode ser vítima. Tudo o que o criminoso precisa é do número do celular, que pode ser obtido facilmente pesquisando vazamentos de bancos de dados, comprando bancos de dados de empresas de marketing ou usando aplicativos que oferecem serviços de bloqueio de spam e identificação do chamador. Na maioria dos casos, é possível descobrir o número do seu celular com uma simples busca no Google”, explica Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab e corresponsável pela pesquisa. 

No início do ano, um jovem de 20 anos chamado Joel Ortiz foi condenado nos EUA 10 anos de prisão por seu envolvimento com clonagem de chips, o SIM Swap. Ortiz admitiu ter sequestrado o SIM de 40 vítimas. O golpe consiste em obter dados pessoais das vítimas e na transferência da linha telefônica para um SIM Card diferente, permitindo que o cibercriminoso consiga acessar até serviços com verificação de segurança em duas etapas, como apps bancários.

Em entrevista ao Hardware.com.br, Matheus Jacyntho, diretor associado de Segurança Cibernética e Privacidade de Dados na ICTS Protiviti, explica como o usuário pode identificar se foi vítima desse golpe. “Seu aparelho ficará sem sinal da operadora. Desta maneira, o usuário deve imediatamente entrar em contato com a operadora para restaurar o serviço e abrir um boletim de ocorrência para o caso ser investigado. Este boletim é importante para que possíveis delitos cometidos pelo criminoso durante a utilização do chip não sejam de responsabilidade do usuário final”.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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