ARM e sua estratégia para incomodar a Intel no mercado de notebooks

ARM e sua estratégia para incomodar a Intel no mercado de notebooks

A britânica ARM, fundada em 1990, amplamente conhecida por sua arquitetura para processadores móveis, a base dos chips de outras gigantes como Qualcomm e Samsung, está se preparando para mais um passo importante e ousado em sua história: rivalizar com a Intel no mercado de notebooks.

Essa meta da ARM foi demonstrada em um roadmap divulgado recentemente. Os chips de 7nm baseados na arquitetura Cortex-A76 já são capazes de alcançar o Core i5-7300U (2 núcleos / 4 threads/ 2.6 GHz/ 3.5 Ghz), processador da Intel de 14nm, que integra a 7ª geração Core.

Anunciada em junho deste ano a arquitetura Cortex-A76 foi demonstrada como um tremendo salto em relação à sua antecessora (Cortex-A75. Ostentando o processo de fabricação de 7nm, a performance é 35% superior, consumindo 40% menos energia.

ARM

Caso o desempenho realmente seja este, fora de ambientes controlados em tarefas específicas, a ARM, junto com a Qualcomm e a Microsoft, conseguirão dar uma sobrevida ao conceito dos Always Connected PC, os computadores sempre conectados, lançados por empresas como ASUS e HP, no fim do ano passado.

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A principal característica desses portáteis é a presença de um SoC Qualcomm (Snapdragon 835 (Cortex-A73) e o Windows 10 como sistema operacional. Do lado positivo, podemos destacar a autonomia de bateria (24 horas), porém a performance, que acaba sendo comprometida quando programas x86 precisam ser emulados, não convenceu o mercado.

A Dell foi uma das que não entraram no oba-oba. Em um evento na Alemanha realizado em fevereiro, representantes da companhia declararam que iriam aguardar para comprovar se a dobradinha entre ARM + Windows 10, realmente cumpre o que promete.

Nos moldes atuais a conclusão que se pode chegar é que não atende, mas com os novos processadores e refinamentos de arquitetura e com a visão otimista que a ARM está passando, pode ser que realmente veremos uma nova briga no mercado de processadores para computadores portáteis.

Nos dois anos seguintes a ARM apostará em dois novos projetos de processadores que também serão baseados em Cortex-A76. O primeiro, codinome Deimos, está previso para 2019, e manterá o processo de fabricação de 7nm. O salto de performance prometido é de 15%.

Em 2020 será a vez da Hercules, construído sob a litografia de apenas 5nm e prometendo 10% mais performance que a geração anterior.

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Por essas e por outras é que o rumor sobre a Intel resolver terceirizar a produção de seus principais processadores ganha ainda mais força.

Além de ter a  que conseguiu se reconstruir e entregar produtos realmente competíveis, reacendendo a briga dos processadores de alta performance para desktop, a gigante de Santa Clara, que está bem atrasada em relação ao seu processo de redução de litografia, também enfrentará a ARM e sAMDeus parceiros que estão se fortalecendo nessa corrida dos computadores portáteis, leves, com performance aceitável, boa autonomia de bateria e pronto para o 5G.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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