Azure Sphere, novo serviço de segurança para IoT da Microsoft conta com kernel Linux

Por: William R. Plaza

“Depois de 43 anos, este é o primeiro dia em que estamos anunciando e distribuindo um kernel Linux personalizado”, com essas palavras Brad Smith, presidente da Microsoft anunciou o lançamento do Azure Sphere, serviço orientado para a Internet das Coisas, que visa proteger o ecossistema de bilhões de dispositivos da famosa “internet das coisas”, classificação que a grosso modo significa uma leva completamente nova de produtos antes offline que agora se tornam presentes na rede, e que acabam sendo alvo dos cibercriminosos, desenvolvendo botnets cada vez mais massivas constituídas de câmeras IP, DVR, entre outros devices.

Azure Sphere

O Azure Sphere é uma solução que combina três componentes: o primeiro deles é um hardware, um microcontrolador MCU (fixed-function microcontroller), que a Microsoft irá licenciar sem o pagamento de royalties. Este chip será construído pela MediaTek. Em relação ao desempenho a previsão é que ele seja poderoso, “cinco vezes tão poderoso quanto os modelos que estão no mercado, de acordo com o presidente da Microsoft.

O segundo componente da trinca é o software, o sistema operacional Azure Sphere, que dá nome ao serviçoAo contrário do que existe hoje, o sistema oferece múltiplas camadas de segurança e combina inovações, um monitor de segurança e um kernel Linux.

A utilização de um kernel Linux personalizado roubou a cena do lançamento desse produto, já que sempre o encontro entre Microsoft e Linux gera curiosidade e surpresa, principalmente após a frase totalmente infeliz de Steve Balmer em 2001, chamando o Linux de “câncer”, que deveria ser combatido. Embora tenha mudado a linha de discurso ano depois essa passagem é sempre lembrada.

O terceiro componente do Azure Sphere é é o serviço de segurança na nuvem que garante a conexão entre o chip e o sistema operacional e que de acordo com a Microsoft receberá atualizações por um período de pelo menos 10 anos.

O Linux é figura tarimbada no Azure. No fim de 2017 mais de 40% de todas as máquinas virtuais no Azure eram Linux, e atualmente a Microsoft suporta algumas distros Linux em seu serviço de nuvem: CentOS, CoreOS, o Debian, Red Hat Enterprise Linux (RHEL), SUSE Linux Enterprise Server (SLES), openSUSE e o Ubuntu.

 

Lançamento: 

O software já está na fase de testes e mais informações podem ser consultadas neste link. A previsão é que o primeiro hardware da Azure Sphere deverá chegar ao mercado ainda este ano, mais detalhes foram prometidos para o futuro próximo.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
Redes Sociais: