Comissão americana afirma que o Google monopoliza o mercado favorecendo seus produtos nos resultados de busca

Comissão americana afirma que o Google monopoliza o mercado favorecendo seus produtos nos resultados de busca

 

Caro leitor como você bem sabe a internet e seus serviços a cada dia estão ficando mais centralizados nas mãos de uma pequena parte de empresas, que simplesmente possuem muito dinheiro em caixa e caso uma startup venha com uma ideia inovadora que possa incomodar os “donos da internet”, as grandes corporações simplesmente compram a ideia e ponto final, jogo encerrado. 

Na revista Superinteressante de dezembro do ano passado, o tema foi sobre os “ultra-ricos”, aquela velha história de que poucos controlam a grande parte do dinheiro mundial ( concepção que a cada dia torna-se mais verdade), e em determinado ponto da revista, Andreas Muller que é o autor da matéria, enfatiza um ponto interessante em relação a questão do monopólio que acontece no mercado de forma avassaladora atualmente. O texto destaca que os produtos e serviços que você consome são fornecidos por um número cada vez menor de empresas, porque elas estão se juntando umas ás outras. Entre 2002 e 2005, o Brasil teve uma média de 384 fusões e aquisições por ano, segundo estudo da consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC). De 2006 a 2009, essa média subiu para 646. De 2010 a 2013, chegou a 783. E essa concentração de produto serviços e renda, acontecem em todas as partes do globo, no final dos anos 50 a França tinha 20 montadoras de automóveis, atualmente conta com apenas duas (Renault e Peugeot- Citroën), as demais foram sugadas por essas duas. Na Ítália, eram 19 montadoras hoje só uma (Fiat).

Mas afinal o que tudo isso tem a ver com o Google? E a resposta é, simplesmente tem tudo a ver, o Google é uma empresa com diversos “tentáculos” que a cada ano absorve dezenas e dezenas de pequenas ou médias empresas que tentam se projetar ao mercado, ou até grandes corporações que interessam de alguma forma a gigante das buscas. Desde 2010 o Google vem mantendo uma média de uma nova aquisição por semana, algumas são noticiadas pela grande mídia, e outras permanecem somente nos bastidores e salas de reunião entre as partes envolvidas.

No ano passado o Google adquiriu 35 empresas para o seu plantel de negócios, em 2015, já são contabilizados 4 novas aquisições. No total, somando desde 2001, ano em que o Google adquiriu sua primeira empresa, até o presente momento são 178 aquisições, que vão desde companhias de satélites a fabricantes de termostatos.

E os grandes concorrentes do Google, também contam com muitas aquisições? Sim, principalmente a Microsotft, que possui 173 aquisições, enquanto a Apple conta com 68 aquisições e o Facebook com 53 empresas agregadas.

Mesmo com novas empresas sendo anexadas ao Google de forma colossal, o site de busca ainda é um dos grandes carros-chefe da compahia, que iniciou suas atividades justamente por esse segmento de buscas;  o mecanismo de navegação é bem simples para o usuário, tudo é baseado nas palavras-chave, digite o que lhe interessa e será retornada a resposta, sempre tentando ser o mais fíel e preciso ao que você procurou. 

Mas será que o algortimo do Google é honesto com seus rivais? De acordo com a Comissão Federal de Comércio Americano (FTC), o Google abusa do seu monopólio para prejudicar seus concorrentes nos resultados de busca. A comissão afirma que o Google altera os resultados da busca favorecendo os próprios produtos, afetando assim a livre concorrência e os próprios consumidores.

A Comissão vem “prensando” o Google na parede desde 2013, neste mesmo ano a FTC abriu uma investigação contra o monopólio online, e achou estranho a forma como o Google saiu ileso de todas as acusações. De acordo com o The Wall Street Journal, os investigadores da FTC concluiram que o Google abusou do seu poder no mercado, usando táticas anticompetitivas para prejudicar concorrentes como Yelp e TripAdvisor, de acordo com documentos internos obtidos pelo jornal.

De acodo com o conselheiro geral do Google, Kent Walker, que emitiu um comunicado, diz que o FTC avaliou documentos com mais de 9 milhões de páginas, e verificou que não havia necessidade de tomar medidas legais sobre a forma como o Google classifica e exibe os resultados de pesquisa.

Na verdade o real motivo para a comissão não levar isso adiante envolve toda a complicação jurídica que isso irá acarretar, entrar numa briga desse porte com o Google, é quase uma verdadeira guerra dos cem anos, a comissão teria realmente que provar que o Google exerce uma posição dominadora no mercado, prejudicando não só a concorrência como também o público.

Um ponto levantado pela comissão e que eu assino embaixo é a questão do Google estar centralizando boa parte da navegação em torno de suas páginas. De forma bem estratégica o Google utiliza o resultado dos sites indexdos por ele, para exibir resultados dentro da próprio Googl. Por exemplo caso você faça uma pesquisa sobre alguma personalizade, o Google irá incluir um quadro no canto direito da tela com a foto daquela pessoa em questão e uma pequena frase definindo aquela procura com dados provindos do Wikipedia, que em muitos casos faz com que boa parte dos usuários nem saia do Google para ver o resultado por completo.

Essa questão de centralizar ou concetrar o sinal é bem frequente nos dias de hoje, outra grande empresa que faz isso de forma muito bem arquitetada é o Facebook, que há alguns anos vem popularizanddo as Fan Pages, e ao mesmo tempo prejudicando alguns sites de contéudo que possuam uma página dessa. Por exemplo você cria um site, e em seguida cria uma Fan Page, após alguns anos de trabalho seu site consegue alcançar uma certa notoriedade, e muitas curtidas na Fan Page, dos leitores ou apreciadores do seu site, e então você começa a desenvolver conteúdo para a página no Facebook que seja linkado com o seu site, você publica uma notícia no seu site por exemplo e simplesmente replica ela em sua Fan Page achando que todo mundo que curtiu a sua página irá ver aquele post. Infelizmente não funciona mais dessa forma, a diferença entre o método orgânico e o patrocinado é gigante, para o alcance ganhar um número de visualizações considerável você terá que aderir ao método pago do Facebook, ou contar com o engajamento dos seus “fãs” no Facebook, já que o número de pessoas alcançadas basicamente se eleva quando acontecem as ações: curtidas, comentários e compartilhamentos.

Além de tudo isso o Facebook tenta ao máximo que você não saia da rede social, muitos usuários atualmente, simplesmente dão uma olhada na manchete da notícia replicada por aquele site de conteúdo no Facebook, evitando o clique no link para ler a matéria por completo, por isso que na grande maioria de pesquisas realizadas atualmente sobre comportamento online mostra o Facebook como o grande “queridinho” da vida online de muitas pessoas, convencendo-as continuarem por alí por um bom tempo.

No caso de vídeos, acontece o mesmo processo em relação ao monopólio do Google, mesmo que o Youtube tenha realmente o maior conteúdo, durante as pesquisas do Google, os resultados em vídeos favorecem de forma descarada ao Youtube que como você bem sabe pertence ao Google. A grande questão não é que o Google favoreça algum vídeo do Youtube como primeiro na lista de pesquisa e sim que os outros quatro resultados de um top 5 também sejam ligados ao Youtube, isso é completamente um monopólio.

 Mas qual a sua opinião sobre tudo isso ? O Google monopoliza mesmo os resultados de busca? Deixe seu comentário abaixo.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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