Aplicações estilo Metro só poderão ser instaladas pela Windows Store, com exceção para desenvolvedores

Foram divulgados recentemente mais alguns detalhes do Windows 8 para desenvolvedores. Queira ou não, as aplicações no estilo Metro ainda vão dar o que falar, tanto positiva como negativamente.

Elas só poderão ser instaladas via Windows Store. Essa é uma grande mudança no mundo do Windows, que sempre foi bem aberto nessa questão. A plataforma fica mais próxima ao modelo da Apple e do próprio Windows Phone, pelo menos no que depender da distribuição de apps para tablets – afinal a interface Metro foi implementada justamente pensando neles. O Android, no caminho oposto, permite a instalação de programas fora do Market sem complicação.

Assim como no Windows Phone, os desenvolvedores e profissionais da área poderão rodar aplicações diretamente a partir dos seus arquivos, sem passar pela Store – até porque, de outra forma não teriam como testá-las. Não deve demorar muito para que hackers comecem a desbloquear o Windows, liberando a instalação de aplicativos diversos para os usuários finais.

Se por um lado isso parece algo negativo, por outro é muito bom: os usuários terão mais garantias de que as aplicações foram testadas e certificadas, reduzindo as chances de pegar vírus ou malware em boa parte dos casos.

As aplicações tradicionais (x86) não terão nada de diferente, continuarão funcionando da forma atual, podendo ser instaladas de qualquer jeito. Site dos desenvolvedores, CD/DVD, pendrives, cartões, disquetes… A restrição com a Windows Store se dá apenas para as aplicações estilo Metro.

Nesta página da MSDN são citadas as principais diferenças entre as aplicações desktop e as Metro. São informações preliminares que podem ser alteradas, mas dão uma noção geral para quem quer começar a desenvolver para o Windows 8 desde já.

Uma das dúvidas mais frequentes desde o começo do ano era que as aplicações no estilo Metro só poderiam ser feitas em HTML 5, Javascript e CSS. Isso nunca foi dito oficialmente com essas palavras, mas muita gente entendeu assim. As aplicações Metro poderão usar APIs nativas do Windows com a linguagem que quiserem. As ferramentas oficiais suportarão C++, C#, Visual Basic e Javascript, mas ferramentas de terceiros poderão implementar suporte em praticamente qualquer outra linguagem. Aplicações escritas em C++ também poderão usar DirectX.

Algumas outras diferenças são significantes, tornando as apps Metro bem diferente das demais. Elas rodarão num container isolado, protegido, numa espécie de sandbox. Não terão acesso a recursos críticos do sistema.

As APIs disponíveis fornecem menos funções do que as tradicionais das Win32 e .NET. As funções específicas ficarão no Windows SDK for Metro style Apps, usando o WinRT (Windows Runtime).

A diversidade das linguagems nas quais as apps podem ser criadas, junto com as funções das APIs, possibilitam que sejam feitas diversas aplicações interessantes e robustas – muito além do que é possível fazer apenas com HTML e Javascript. Parece que as apps Metro não serão tão ruins assim.

A loja de apps também oferecerá outras vantagens, como proteção anti-pirataria – o que nas aplicações desktop dependem de soluções próprias dos desenvolvedores, algumas nada eficientes.

Uma outra coisa boa para os usuários é o processo de instalação e desinstalação. Os pacotes serão removidos pelo sistema num processo padronizado, sem intervenção manual dos desenvolvedores. Nas aplicações desktops os instaladores e desinstaladores muitas vezes alteram partes do sistema que não deveriam, causando os mais diversos problemas e deixando o sistema todo bagunçado, tanto com relação a arquivos como no registro (onde salvam configurações).

Só para reforçar, os demos exibidos no Windows 8 Developer Preview não são exemplos de aplicações definitivas, foram feitos só para mostrar o potencial da plataforma. No beta, RC e principalmente RTM poderemos ter uma ideia melhor das apps oficiais do Windows. Muitos estão criticando o sistema no estado em que se encontra reclamando que as apps são básicas e bobinhas… Basta esperar então para ver depois.

Se você desenvolve para Windows ou tem grande proximidade com a plataforma, vale a pena ver os diversos vídeos da conferência BUILD, disponibilizados no http://www.buildwindows.com/.