O Ubuntu terá 200 milhões de usuários em 2015?

A pouco, no Ubuntu Developer Summit, Mark Shuttleworth deu uma palestra enfática, reinterando a meta da Canonical de que o Ubuntu atinja 200 milhões de usuários até 2015. Considerando que o Ubuntu tinha 8 milhões de usuários em 2008 e 12 milhões em 2010 (contabilizados pelos “pings” das instalações aos servidores da Canonical), esta meta parece excessivamente ambiciosa, mesmo para alguém como o Shuttleworth.

Pode ser que esta seja apenas mais uma meta vazia, do tipo que se estabelece para tentar fazer com que a equipe trabalhe o mais duro possível para atingir algum número intermediário, mas pode ser também sinal de que a Canonical ande planejando alguma nova versão do sistema que permita a eles cobrirem o resto do terreno.

As vendas de novos PCs andam em um suave declínio, com muitos atrasando os upgrades e comprando no lugar tablets ou smartphones. Com o Windows 7 a Microsoft conseguiu se colocar em uma posição bastante confortável, eliminando a brecha para o crescimento de outros sistemas que aconteceu na época do Vista. Se depender apenas de usuários finais instalando o sistema, o crescimento seria muito lento e o Ubuntu não teria mais do que 30 ou talvez 40 milhões de instalações em 2015.

Uma possibilidade é que a Canonical esteja de olho em contratos com grandes fabricantes para que o Ubuntu passe a vir instalado em um volume significativo de novas máquinas. Considerando que a queda nos preços (e nas margens de lucro) tem feito com que os fabricantes encontrem cada vez mais dificuldades em embutir o preço de uma cópia do Windows, existe uma pequena possibilidade de isto acontecer, mas por outro lado a Microsoft sempre se mostrou muito disposta a fazer propostas irrecusáveis a qualquer fabricante usando Linux em massa (lembra do caso da Asus com o Eee PC?) e a natural resistência dos usuários, isso me parece improvável.

Outra possibilidade seria que Ubuntu avançasse rumo aos dispositivos móveis. Existem algumas pistas de que isso poderia vir a acontecer, como a inclusão do Qt no Ubuntu 11.10 e a grande ênfase em suporte a toque no Unity, usado como interface padrão na última versão, o que poderia levar a uma versão do sistema destinada a tablets.

Vale à pena lembrar que apesar do Android continuar crescendo nos smartphones, ele continua a ter dificuldades entre os tablets, onde o iPad continua respondendo pela maior parte das vendas. Uma versão otimizada do Ubuntu com uma interface amigável poderia fazer algum sucesso nesse nicho, embora os 200 milhões pareçam uma meta distante mesmo nas perspectivas mais otimistas.

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