Lei do karma: Encontrado bug no SATA do Sandy Bridge, USD 1 bi em prejuízos

Lei do karma: Encontrado bug no SATA do Sandy Bridge, USD 1 bi em prejuízos

Em meu tutorial do Sandy Bridge, chamei a atenção para o fato de Intel ter conseguido limitar muito o potencial de overclock dos processadores ao mover o gerador de clock para dentro do chipset, limitando o overclock a um aumento de poucos pontos percentuais no BLCK e a alguns níveis adicionais no Turbo Boost e ainda assim apenas para os que pagarem mais caro por uma placa baseada no P67. Overclock mesmo fica apenas para os que comprarem os processadores da série K, que vêm com o multiplicador destravado.

Tais mudanças indignaram muitos, e, coincidência ou não, a Intel está agora às voltas com uma falha de design no controlador SATA que afeta todos os chipsets para o Sandy Bridge, incluindo o P67, H67 e também os chipsets móveis. Segundo o Anadtech, a falha é causada por uma falha em um transístor no circuito de PLL (responsável pelo gerenciamento de energia) que recebe uma corrente maior que a para a qual foi projetado, resultando em um maior gate leakage e falhas prematuras. O efeito prático é que o desempenho de quatro das portas SATA (as portas de 2 a 5, de 3 Gbps), decai ao longo do tempo (devido à degradação do transístor em questão), podendo culminar em uma falha prematura da porta, comprometendo a operação do equipamento. Para complicar, o problema se manifestou apenas na revisão B dos chipsets, excluindo a primeira leva de placas que foram exaustivamente testadas por reviewers e programas de certificação.

A falha não afeta as portas SATA 0 e 1 (de 6 Gbps), que podem ser usadas sem risco, mas isso não serve de consolo para a Intel, cujos prejuízos estão sendo estimados em cerca de USD 1 bilhão, sendo 700 milhões para cobrir a substituição das placas afetadas e mais 300 milhões em vendas perdidas devido à consumidores assustados com o problema. Como o bug é no chipset e não no processador, existe um complicador adicional, que é o fato de os fabricantes e OEM precisarem desmontar os PCs e substituírem toda a placa-mãe, em vez de simplesmente trocarem o processador ou outro componente isolado. O desatre não foi maior por que as placas estavam sendo vendidas apenas desde 9 de janeiro, o que restringiu o estrago a apenas alguns milhões de placas.

Para quem trouxe uma placa dos EUA ou do Paraguai, sem uma forma viável de fazer a troca, o melhor conselho é limitar o uso às duas portas de 6 Gbps, deixando as portas de 3 Gbps para o uso de unidades ópticas, já que o problema surge justamente devido ao uso das portas.

Para quem estava pensando em comprar um PC com o Sandy Bridge, o melhor é esperar algum tempo, até que a nova revisão do chipset chegue ao mercado (ela está prevista para o final de fevereiro) e as placas afetadas desapareçam do mercado.

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