Nokia e Microsoft: o resultado pode ser pior do que se espera

Nokia e Microsoft: o resultado pode ser pior do que se espera

Embora alguns tenham visto o pacto entre a Nokia e a Microsoft com esperança, o consenso geral sobre o tema é de crítica ou de desesperança, com comentários no estilo “o último que sair apague as luzes”. Naturalmente, uma empresa do tamanho da Nokia não vai a lugar algum da noite para o dia e pode passar vários anos acumulando más decisões apenas para se recuperar no final com algum produto de sucesso (como no caso da Microsoft que amargou perdas durante a época do Windows Vista, apenas para se recuperar com o Windows 7) mas grandes erros estratégicos podem colocar a empresa em uma espiral descendente, da qual pode ser muito difícil de sair.

Mesmo Stephen Elop, o CEO milagroso arquiteto da migração admite que 2011 será um ano muito difícil para a Nokia, onde a empresa amargará perdas. Entretanto, segundo Tomi T. Ahonen, que vem cobrindo a tragetória da Nokia a um bom tempo, os anos de 2011 e 2012 podem ser piores do que estão esperando.

O artigo inclui uma longa análise da situação atual da Nokia e o estudo de diferentes cenários, mas em resumo ele conclui que a participação da Nokia no mercado de smartphones pode decair de 28% no último trimestre de 2010 para apenas 12% no quarto trimestre de 2011, com as vendas decaindo para menos da metade e a unidade de smartphones passando a amargar prejuízos em vez de dar lucro (como em todos os anos anteriores). Novos usuários passarão a descartar a compra de um Nokia com o Symbian (afinal, ninguém quer entrar em um barco que está para afundar) e uma grande parte dos usuários atuais acelerarão a migração para o Android, iOS ou WebOS, sem falar na alienação de desenvolvedores e a necessidade de começar a criar um novo ecossistema de aplicativos quase que do zero. Quando a parceria com a Microsoft finalmente começar a dar frutos e os primeiros Nokias com o Winows Phone 7 começarem a chegar ao mercado, poderá ser tarde demais para reverter a situação.

Enquanto isso, um pequeno grupo de acionistas da Nokia está se organizando em torno do projeto “Plano B”, com uma alternativa ao pacto com a Microsoft. Os objetivos incluem reduzir a aliança com a Microsoft a um exercício estratégico destinado ao mercado norte-americano, re-adotar o Meego como sistema operacional primário, estender a vida útil do Symbian em pelo menos mais 5 anos, aumentar o foco no desenvolvimento em Qt e realizar mudanças na liderança da empresa, começando com a cabeça do atual CEO. Ainda é cedo para saber se eles terão algum sucesso, mas a iniciativa mostra como a ideia está recebendo oposição dentro da própria Nokia.

Update: Apesar da grande repercussão, foi hoje revelado que o “Plano B” não passa de um hoax. Por outro lado, a queda de 25% nas ações da Nokia desde o anúncio do pacto é bastante real.

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