Curso Redes e Servidores em SP, primeira aula

Durante esta semana, está acontecendo em São Paulo mais uma edição do curso Redes e Servidores Linux, que estamos anunciando aqui no guiadohardware.net desde o início do ano. A procura do curso foi bem acima do esperado, tanto que turma acabou lotando no final de Fevereiro, dois meses antes do início do curso, com alunos de todo o país.

A idéia central é oferecer um curso intensivo de uma semana, abordando um grande volume de conteúdo. Neste ponto, o curso é único, pois em nenhum outro são abordados tantos temas num espaço tão curto de tempo. No total, temos 53 horas de curso, divididos entre o curso “Linux, uma visão prática”, que é ministrado pelo Júlio Bessa, das 8:00 às 11:00 e o curso principal, Redes e Servidores Linux, ministrado por mim (Carlos Morimoto), na parte da parte, das 12:00 às 18:00 e no sábado das 9:00 às 18:00.

Nesta primeira aula, tivemos uma introdução geral sobre o uso do Linux, as distribuições e o crescimento do sistema, com um bate papo e espaço para tirar as dúvidas iniciais na parte da manhã e a primeira aula do curso de redes na parte da tarde. Como ele mesmo disse:

“Na aula de segunda, falamos brevemente sobre a história do surgimento do software livre, avançando aobre a evolução visual, usual e tecnológica do Linux, apresentando depois tecnicamente os ambientes gráficos mais usados no mundo: o KDE, GNOME, XFCE, Fluxbox e Enlightenment, também explicando sobre as linguagens visuais GTK e QT, além de uma introdução à história e recursos do Kurumin.”

Voltando ao curso de redes, a função de uma rede é transportar dados de um ponto ao outro, de um aplicativo rodando no micro A, para outro rodando no micro B. Quando você envia um e-mail, por exemplo, o Thunderbird ou Outlook rodando na sua máquina se comunica com um servidor de e-mails, como o Postfix, rodando no servidor. Até aí as coisas parecem muito simples. O grande desafio é entender o que acontece entre os dois pontos. 🙂

Chegamos então ao modelo OSI, que é uma explicação teórica sobre as camadas que compõe a rede. No nível mais baixo temos os cabos e hubs e no mais alto temos os aplicativos. O modelo OSI é interessante para ajudar a entender como a rede funciona. O grande problema é que na maioria dos livros e cursos ele é abordado de forma puramente teórica, o que além de cansativo e demorado, acaba tendo pouca utilidade na prática.

Durante a primeira parte da aula, que serve como uma introdução ao restante do curso, fiz uma “exposição prática” do modelo OSI, explicando os componentes da rede e mostrando em que camada cada um se enquadra. Aproveitei para incluir explicações sobre redes wireless, antenas, encriptação, etc.

Depois do primeiro intervalo, passei a falar sobre o endereçamento IP, incluindo exemplos de uso de máscaras complexas, como no caso de datacenters, onde um link de classe A é dividido em diversas pequenas redes, com 8 endereços cada uma (onde 5 são utilizáveis) com máscara 255.255.255.248, além de falar sobre compartilhamento da conexão e NAT.

Depois do segundo intervalo, começamos no tema principal, a configuração de servidores Linux. Um dos objetivos do curso é ser agnóstico com relação à distribuição usada, permitindo que você consiga aplicar o que aprendeu à distribuição mais adequada para a tarefa. Com excessão de alguns aspectos superficiais, como o gerenciador de pacotes usado, ou pequenas diferenças no nome ou componentes de cada pacote, a configuração de servidores nas diferentes distribuições é muito similar. Afinal, você não configura o “Debian” ou o “Fedora”, mas sim servidores como o Squid, Apache ou Samba, que são essencialmente os mesmos, independentemente da distribuição usada. O curso é focado no uso da linha de comando e na configuração dos serviços direto nos arquivos de configuração, abordando ferramentas como o Webmin e o Swat como um complemento. Afinal, quem entende as opções e sabe como configurar manualmente em geral não tem problemas para se adaptar a um dos utilitários de configuração, ao contrário de quem aprende apenas a trabalhar com o Webmin ou outro utilitário e acaba “preso” a ele.

O uso do modo texto consome menos recursos do sistema (por isso a maior parte dos servidores dedicados sequer possuem o X instalado) e é ideal para administração remota via SSH. O uso do SSH é atualmente tão difundido que existem clientes para todas as principais plataformas, incluindo Palm, Symbian e Windows Mobile, permitindo que você administre servidores Linux remotos até mesmo a partir do seu celular, como demonstrei durante a aula.

Concluindo, dei uma introdução à escrita de scripts em shell, criando um script para iniciar e parar o compartilhamento da conexão, aceitando os parâmetros start e stop, como um serviço de sistema:

#!/bin/bash

iniciar(){

modprobe iptable_nat

echo 1 > /proc/sys/net/ipv4/ip_forward

iptables -t nat -A POSTROUTING -o eth1 -j MASQUERADE

iptables -A FORWARD -p tcp –tcp-flags SYN,RST SYN -m tcpmss –mss 1400:1536 -j TCPMSS –clamp-mss-to-pmtu

}

parar(){

iptables -F -t nat

}

case “$1” in

“start”) iniciar ;;

“stop”) parar ;;

“restart”) parar; iniciar ;;

*) echo “Use os parâmetros start ou stop”

esac

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X