Os dados da pesquisa “Impressões Digitais e sua relação com as pessoas e as empresas”, da empresa de segurança Kaspersky, evidenciam a falta de hábitos digitais que prezem pela segurança. Segundo o estudo, quase 20% das pessoas do País tiveram seu cartão de crédito utilizado sem autorização por terceiros, número importante quando é levado em conta a quantidade de pessoas que utilizam este meio de pagamento.
O cartão de crédito é o meio de pagamento mais comum no Brasil. De acordo com levantamento da Serasa, cerca de 70% dos brasileiros possuem três ou mais cartões. No entanto, ao que parece, os bons hábitos digitais não acompanham a popularidade da utilização do meio de pagamento. Uma prova disso é que os brasileiros são os latino-americanos que menos acreditam nos riscos de cadastrar dados de cartão de crédito em aplicativos ou sites (69%).
Segundo Fabio Assolini, diretor da Equipe de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, confiar cegamente em um site dando-lhe seus dados do cartão de crédito é uma das formas mais comuns de ser hackeado.
“O consumidor está acostumado com as mensagens falsas, como no período de lançamentos de filmes populares – Homem Aranha 3 e Viúva Negra — nas quais pedem informações do cartão. Já o segundo método que os criminosos mais usam é o ataque direto a empresas com muitos clientes — pois, com um ataque bem-sucedido, se consegue uma grande quantidade de cartões para realizar fraudes. Um exemplo conhecido são os ataques do grupo Magecart, que conseguem infectar sites e capturar números de cartão no momento em que são digitados. Outro exemplo é grupo brasileiro Prilex, que infecta estabelecimento comerciais e realizar transações fantasmas nos cartões das vítimas”, explica.
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Apesar dessa realidade existir, o estudo mostra que os brasileiros não se preocupam com esse risco, pois cerca de metade deles (48%) possuem cartões de crédito cadastrados em sites ou apps. Neste quesito, Brasil e Argentina (47%) lideram com folga o ranking que deixam os dados de pagamento salvos nos serviços online.
“Como especialista de segurança, acompanhamos quando um ataque a empresas se torna público, faz parte do nosso trabalho. Mas o cidadão comum não presta atenção, muitas vezes ele até deleta o e-mail com o comunicado oficial, pois acho que é um spam ou promoção. Como consequência, o criminoso pode realizar fraude livremente. Esta é uma cultura que temos que mudar, as pessoas precisam tomar medidas mínimas para se protegerem. Em caso de ciberataque, o cliente final não tem responsabilidade, mas ele pode ter prejuízos e tem a oportunidade de evitá-los”, destaca Assolini.
Para prevenir fraudes no cartão de crédito, a Kaspersky oferece as seguintes recomendações:
- Ative alertas de compras via SMS e e-mail para acompanhar todas as compras realizadas com o cartão.
Use senhas únicas para e-mail, apps de banco, contas de celular e cadastros em sites; se possível, utilize um gerenciador de senhas para a criação de diferentes códigos. - Desconfie de promoções por e-mail, SMS ou app de mensagens. Caso se interesse, entre em contato com a empresa via os canais oficiais para confirmar a oferta antes de informar qualquer informação.
- Evite deixar seu cartão de crédito cadastrado em sites de compra ou aplicativos — sempre digite o número na hora da compra. Para facilitar o uso, programas gerenciadores de senhas também podem armazenar, de forma segura, os dados do cartão, digitando-o automaticamente na hora da compra.
- Use um cartão virtual para compras online e pagamentos de serviços mensais, como streamings. Caso haja um vazamento, não será possível realizar compras em outros sites com essa informação — e substituir este tipo de cartão é muito simples para o consumidor.
- Para se proteger de fraudes por mensagem ou vírus que visam roubar dados de cartões de crédito, instale uma solução confiável em todos os seus dispositivos, principalmente o celular.
A pesquisa completa “Impressões Digitais e sua relação com as pessoas e as empresas” pode ser encontrada aqui.