Segundo o DigiTimes, Google firmou uma parceria de longo prazo com a TSMC para produzir os chips Tensor das próximas gerações do Pixel. Caso seja confirmado, a mudança encerra o ciclo com a Samsung, que forneceu os processadores até o Pixel 9, e marca a estreia do Tensor G5, o primeiro chip desenvolvido no processo de 3 nanômetros da TSMC, que será usado na linha Pixel 10.
Esse acordo não é só uma troca de fornecedores. Ele representa uma mudança estratégica que pode impactar diretamente a performance, a eficiência e a competitividade dos celulares do Google nos próximos anos.
O que muda com a TSMC no jogo
A escolha pela TSMC não aconteceu por acaso. A empresa lidera hoje a indústria de semicondutores com sua tecnologia de 3nm, considerada uma das mais avançadas do mundo. Esse processo garante chips menores, mais eficientes e com melhor controle térmico.
Para comparação, a TSMC promete até 32% de redução no consumo de energia ou 18% mais velocidade usando a mesma energia, além de até 60% mais densidade lógica em relação ao processo anterior de 5nm.
Na prática, isso significa smartphones que esquentam menos, oferecem maior autonomia de bateria e, claro, mais espaço físico no chip para integrar recursos de IA e processamento gráfico.
Por que o Google deixou a Samsung para trás?
O histórico dos chips Tensor fabricados pela Samsung nunca foi exatamente um motivo de orgulho. Problemas recorrentes de aquecimento, consumo elevado e desempenho abaixo dos rivais acompanharam a linha desde o primeiro Tensor.
Mesmo com o avanço para o processo de 3nm no Tensor G4, que equipa o Pixel 9, os ganhos foram modestos. Ainda assim, o chip ficou atrás dos concorrentes Snapdragon e Dimensity, tanto em eficiência energética quanto em performance.
Essa migração para a TSMC tem um objetivo claro: resolver de vez os gargalos que limitaram os smartphones Pixel até aqui. O Tensor G5 é o primeiro fruto desse acordo e estreia na série Pixel 10, prometendo um salto considerável na arquitetura, sobretudo no que envolve gerenciamento térmico e autonomia.
Tensor G5: números, promessas e desafios
Os primeiros benchmarks vazados do Tensor G5 não animaram muito os entusiastas. O chip apareceu com 1323 pontos em single-core e 4004 em multi-core no Geekbench, desempenho inferior até ao Tensor G4, que marcou 1950 e 4741, respectivamente.
Apesar disso, há um contexto importante. Esses testes provavelmente envolvem unidades de pré-produção, o que significa que o desempenho final ainda pode melhorar — embora não haja garantias disso.
Por outro lado, os ganhos na GPU são bem mais animadores. A expectativa interna é de um salto entre 35% e 60% no desempenho gráfico, incluindo suporte a ray tracing graças à GPU DXT-48-1536, que opera a 1.100 MHz em configuração dual-core.
Quando o assunto é inteligência artificial, o avanço parece mais contido. As estimativas apontam uma melhora de 14% no desempenho em IA, abaixo dos 40% que inicialmente estavam no roadmap.
Na prática, o Tensor G5 segue a filosofia da linha: priorizar IA e eficiência energética, e não competir diretamente com os topos de linha da Qualcomm e da Apple em poder bruto.
O contrato entre Google e TSMC: um compromisso de anos
Relatórios recentes apontam que o acordo entre Google e TSMC vai garantir a fabricação dos chips Tensor até pelo menos a geração do Pixel 14. Trata-se de um compromisso que alinha o Google ao que já fazem gigantes como Apple e Qualcomm, que também dependem da excelência da TSMC.
Para o Google, isso significa acesso contínuo às tecnologias mais avançadas de fabricação, algo essencial para se manter competitivo num mercado onde eficiência energética, IA embarcada e controle térmico se tornaram pontos-chave para a experiência do usuário.
Pixel 10: design revelado e foco total na IA
Enquanto o debate sobre os chips rolava nos bastidores, o Pixel 10 acabou aparecendo em público antes da hora. Durante as filmagens de um comercial no Canadá, fotos do dispositivo vazaram na internet, mostrando um design que mantém a barra de câmeras horizontal e o mesmo layout de botões da geração anterior.
As imagens sugerem que o Google não está interessado em mudar radicalmente o visual, mas sim consolidar sua identidade de design — algo já bem estabelecido nas gerações mais recentes.
Just out for a walk…
stumbled onto a full-on commercial shoot for the Google Pixel 10
They had a macro probe lens, a Panavision rig, and 20+ crew members…
to film someone holding a phone
If the Pixel camera’s so good, why not just use it? #BTS #Vancouver pic.twitter.com/muDluZfK75— Mark Teasdale ★ (@MarksGonePublic) May 23, 2025
O vazamento também revelou parte da estratégia de marketing. A campanha destaca novos recursos de IA, como o “Adicionar-me”, que permite incluir o próprio usuário em fotos de grupo, combinando diferentes imagens com auxílio de inteligência artificial.
Outro destaque é a integração cada vez mais profunda do Gemini, o assistente IA do Google, com funções de voz em tempo real e ferramentas inteligentes de edição de imagem.
A expectativa é que o Pixel 10 seja lançado em agosto, junto com o Android 16, estreando oficialmente o Tensor G5.