Veja só que curioso. No último domingo (13), uma fábrica do grupo taiwanês Wistron Infocomm Manufacturing, responsável por fabricar os iPhones vendidos na Índia e que também são exportados para outros mercados, foi invadida e saqueada pelos próprios funcionários.
O motivo não podia ser mais triste. Os trabalhadores alegam que estão há 4 meses com os salários atrasados. E como se não bastasse, eles ainda precisam trabalhar várias horas por dia, sendo obrigados a fazerem horas extras e sofrerem uma exploração brutal, conforme foi relatado pelo líder sindical.
De acordo com as imagens das câmeras de segurança, os trabalhadores quebraram janelas, destruíram câmeras de vigilância, lâmpadas, ventiladores, capotaram carros e até incendiaram um dos veículos.
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Ainda no domingo a polícia chegou ao local e prendeu 100 dos manifestantes. Um dos policiais falou o seguinte ao jornal AFP: “A situação está agora sob controle. Equipes especiais foram enviadas para investigar o incidente”.
O vice-primeiro ministro, por sua vez, classificou esses eventos como “violência gratuita”. Ele ainda falou que o governo vai se certificar das reclamações dos trabalhadores e garantir que todos os direitos sejam respeitados e todo o dinheiro seja devidamente pago. Infelizmente, os executivos da fábrica não quiseram comentar o ocorrido. Provavelmente por que têm culpa no cartório.
Eu sei que a Apple não tem muito como controlar como as empresas terceirizadas lidam com os seus funcionários. Mas não é de hoje que a empresa fundada por Steve Jobs é alvo de reclamações no que diz respeito às relações de trabalho em suas fábricas. São comuns queixas de carga horária abusiva e, em alguns casos, até mesmo de trabalho escravo. Vale lembrar que a Apple é uma das empresas mais ricas do mundo.