Série E

A série E é composta pelos modelos destinados ao uso profissional. A qualidade de construção é a melhor entre todos os aparelhos da Nokia, mas o grande atrativo é o teclado QWERTY presente na maioria dos aparelhos. Eles não incluem parte dos recursos multimídia disponíveis na série N, como o acelerômetro, aceleração 3D e suporte ao N-Gage, mas, em compensação, são mais baratos.

Embora já obsoletos, dois aparelhos bem conhecidos dentro da série E são o E61 e o E62 (lançados em 2006), que foram originalmente lançados como concorrentes do BlackBerry. Devido ao processador fraco eles são bastante lentos, demorando até mesmo para chavear entre as telas do menu, mas, em compensação, o teclado é um dos melhores usados até então e o conjunto de softwares incluídos é bastante convincente.

Apesar da numeração sugerir o oposto, o E62 é na verdade uma versão de baixo custo do E61, sem suporte a 3G (e, consequentemente, sem o processador auxiliar), sem Wi-Fi e com alguns softwares a menos. Apesar disso, o E62 acabou sendo mais popular devido ao preço. Durante algum tempo, ele foi o smartphone mais acessível disponível no mercado.

O E61 foi sucedido pelo E61i, que manteve as mesmas características básicas, mas incluiu uma câmera de 2.0 MP e um acabamento mais elaborado. Tanto o E61 quanto o E61i oferecem suporte a 3G, mas com algumas limitações: eles suportam apenas a faixa dos 2100 MHz (o que faz com que não funcionem em todas as regiões) e não oferecem suporte ao HSDPA, ficando limitados aos 384 kbps do WCDMA (veja mais detalhes no capítulo 5).

Se você fosse escolher entre um E61 e um E61i, a câmera e o melhor acabamento do E61i fariam com que ele levasse a melhor, mas a diferença entre os dois não é suficiente para convencer alguém que já tenha um E61 a trocar de aparelho.

Nokia E61 e o E61i

O uso da tela em modo landscape é ideal para navegação web, leitura de e-mails e visualização de documentos em geral. Ela também não é ruim para assistir vídeos, já que você não precisa virar o smartphone, como nos demais modelos. Por outro lado, a mudança na orientação da tela faz com que alguns aplicativos (principalmente jogos escritos em Java) fiquem inutilizáveis, o que reforça a posição destes aparelhos como modelos voltados para a produtividade e não tanto para multimídia.

Estes três modelos iniciais foram sucedidos pelo E71, lançado em outubro de 2008, que passou a ser o principal modelo dentro da linha. Apesar de menor, o teclado do E71 é na verdade bastante confortável de usar (até mais que o teclado do E61/E62, dependendo do tamanho dos dedos), com uma boa ergonomia e teclas mais macias.

Ele usa um processador mais rápido, é equipado com uma versão modificada do S60 3ed. FP1 (com diversas atualizações em relação ao S60 3ed. initial release no E61i), combinado com 128 MB de RAM, 256 MB de Flash, suporte a cartões microSD de (em teoria) até 32 GB, Wi-Fi e uma câmera de 3.2 MP com foco automático.

O E71 é um dos aparelhos mais finos, com apenas 11 mm de espessura e é bastante sólido, com o corpo quase todo de metal. Embora o peso não seja muito diferente (o E71 pesa 129 gramas), ele tem quase metade do volume do E61:


E71, o novo carro-chefe dentro da família

Ele inclui ainda um receptor de GPS (com direito a uma assinatura de 6 meses do serviço de navegação do Nokia Maps), o que abre uma gama de possibilidades. Além da função de mapas e de localização, o GPS permite também utilizar aplicativos como o Sports Tracker e todos os novos comunicadores e clientes para redes sociais, com suporte a recursos de localização e de compartilhamento da posição. A única desvantagem do E71 em relação aos modelos anteriores é a tela, que foi reduzida de 2.8″ para apenas 2.36″, acompanhando a redução no tamanho do aparelho. Para quem vem do E61, a mudança realmente incomoda.

Como comunicador, o E71 é quase perfeito, permitindo que você edite diretamente documentos do Office, acesse servidores exchange, navegue via 3G ou através da rede wireless, acesse VPNs (usando um roteador Cisco ou um servidor Linux com o Frees/WAN), faça ligações via VoIP e assim por diante. Ele inclui também recursos de segurança, como a encriptação da memória interna e do cartão, e um recurso de travamento remoto, via SMS. A questão do desempenho, que era o ponto fraco dos modelos anteriores, foi solucionada através da combinação de um processador ARM 11 de 369 MHz e melhorias no sistema.

Como era de se esperar, as deficiências do E71 são relacionadas à parte de multimídia. A câmera é mediocre, com um flash extremamente fraco e sem um botão dedicado, e ele não inclui um acelerador 3D, nem muitos dos softwares voltados à multimídia encontrados nos aparelhos da série N (uma medida deliberada para manter as diferenças entre as duas séries). Mesmo assim, o design e a durabilidade do E71 farão com que ele se mantenha atual por um bom tempo.

Apesar dos recursos, a Nokia adotou uma estratégia de preços bastante agressiva para o E71. Na Europa ele foi lançado por 399 euros (valor cheio, sem subsídios) e, contra todas as espectativas, chegou ao Brasil por apenas R$ 999 nos planos pré-pagos (inicialmente apenas na Vivo), menos da metade do preço de lançamento do N96, por exemplo. Essa combinação de fatores fazem com que ele seja considerado por muitos, o melhor aparelho já lançado pela Nokia.

Outro modelo popular dentro da linha é o E51, lançado no início de 2008. Apesar de possuir um acabamento similar ao do E71, incluindo o mesmo corpo de metal, ele é bem menor e utiliza um teclado numérico, com a tela na vertical. Apesar disso, ele inclui o mesmo conjunto de softwares, com as principais diferenças ficando a cargo das versões utilizadas, já que ele é quase nove meses mais antigo.

Na parte de hardware, o clock do processador e as quantidades de memória são as mesmas, e ele também possui Wi-Fi e suporte a 3G. Entretanto, a câmera é mais simples (2.0 MP, sem flash) e ele não inclui um receptor de GPS. A tela também é bem menor, com apenas 2″, o que inviabiliza o uso de fontes muito pequenas.

O veterano E51 e o E66

Em seguida, temos o Nokia E66, um modelo bem mais recente, que foi lançado junto com o E71. Assim como o E51, ele também usa teclado numérico, mas agora no formato slide.

Ele inclui exatamente o mesmo conjunto de softwares do E71 (com pequenas modificações no gerenciador de contatos e na agenda) e usa quase os mesmos componentes de hardware, incluindo o GPS e a câmera de 3.2 MP com flash LED. O E66 possui também um acelerômetro, que é usado para mudar o aspecto da tela ao girar o aparelho.

Você pode pensar no E66 como uma versão alternativa do E71, com basicamente as mesmas funções, mas em um formato diferente. A principal desvantagem é que, sem o teclado QWERTY, as funções de edição de documentos e escrita de texto em geral, se tornam muito menos práticas.

Ele usa uma tela de 2.4″, que é na verdade sutilmente (0.04 polegadas) maior que a do E71. Isso faz com que o tamanho dos dois aparelhos não seja muito diferente, com o E71 medindo 112 x 57 mm e o E66 medindo 108 x 49.5 mm (fechado). Devido ao mecanismo do slide, o E66 é mais espesso, com 13.6 mm e apenas 8 gramas mais leve (121 contra 129 gramas).

Completando o time, temos o E63, uma versão de baixo custo do E71, que possui o mesmo conjunto de softwares e todos os demais recursos básicos, incluindo o transmissor Wi-Fi, câmera e o mesmo teclado QWERTY.

As principais diferenças residem nos materiais usados (o E63 tem o corpo de plástico e usa um acabamento barato, bem longe do padrão de qualidade usado no E71), no tamanho (o E63 é um pouco maior e mais espesso), na câmera (o E63 usa uma câmera de 2.0 MP, com foco fixo, similar à usada no 6120c) e na remoção do GPS, que é um dos pontos fortes do E71.

E63, o primo pobre do E71

Outra limitação importante é que, embora seja um aparelho com suporte a 3G, o E63 não oferece suporte a HSDPA (3.5G). Isso limita as transferências aos 384 kbits oferecidos pelo WCDMA, assim como no caso do E61 e do E61i. A decisão de limitar o E63 ao padrão HSDPA, permitiu que a Nokia removesse o processador auxiliar, responsável pelo processamento dos sinais do rádio, reduzindo o custo de fabricação.

Isso faz com que ele não seja um aparelho recomendável para uso como modem 3G para o notebook, já que as taxas de transferência ficariam severamente limitadas. Ele é mais indicado para quem pretende navegar via Wi-Fi ou assinar um plano com restrição de velocidade (como no caso do plano de 300 kbps da Oi ou o de 256 kbps da Claro), onde a falta de suporte ao HSDPA não faça diferença.

Apesar das limitações, o E63 tem duas pequenas vantagens, que são o uso de um conector de áudio de 3.5 mm (o E71 usa um conector de 2.5 mm e não funciona em conjunto com muitos adaptadores) e o uso de um teclado sutilmente mais espaçoso, com duas teclas adicionais na última linha. Entretanto, o principal argumento a favor dele é mesmo o preço. O E63 custava, na época do lançamento (na Europa), apenas 199 euros, metade do preço do E71, que foi lançado por 399 euros.

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