Capítulo 5: Acesso móvel

Inicialmente, as conexões móveis eram incrivelmente lentas e caras, mas a migração das redes para o sistema digital abriu caminho para novos protocolos de transmissão, que tornaram as conexões de banda larga através das redes móveis uma realidade.

Junto com o aumento nas velocidades de transmissão, o custo do acesso caiu bastante. Até por volta de 2006, a tarifa “normal” para o acesso via GPRS ou CDMA 1xrtt na maioria das operadoras era de R$ 5 a R$ 6 por MB transferido, chegando a absurdos R$ 15 por megabyte nos planos pré-pagos.

Com preços como esses, apenas os mais intrépidos usavam as conexões, navegando através do próprio celular, usando navegadores móveis como o OperaMini, ou proxys que otimizam as páginas e reduzem o volume de dados transferidos, como o https://www.google.com/gwt/n.

Percebendo que poderiam ganhar dinheiro vendendo acesso à web, as operadoras modernizaram as redes e passaram a oferecer planos com quotas mais generosas de tráfego (ou mesmo planos com tráfego ilimitado), de forma muito similar ao que aconteceu com as operadoras de telefonia fixa, que migraram da cobrança de pulsos no acesso discado para os planos de acesso via ADSL.

Embora o marketing seja feito em torno dos modems USB, você pode perfeitamente usar o próprio smartphone como modem, ligado ao PC via cabo USB ou, melhor ainda, via Bluetooth. Isso adiciona mais uma função ao smartphone, evitando que você precise pagar por um modem USB (de que na verdade não precisa) e não precise carregar dois aparelhos no lugar de um. Conectando via Bluetooth, você não precisa sequer tirar o smartphone do bolso, basta abrir o discador e ativar a conexão a qualquer momento.

Não é preciso dizer que com a popularização dos netbooks e das redes 3G, o uso do smartphone como modem vai se tornar cada vez mais comum, permitindo que você use o smartphone para tarefas rápidas e saque o notebook (ou netbook) quando precisar fazer alguma coisa mais elaborada, juntando o melhor dos dois mundos. Acabou-se a época em que era preciso ficar caçando redes Wi-Fi abertas, ou pagar taxas extorsivas para se conectar em hotéis ou em aeroportos enquanto estivesse em trânsito.

Na maioria dos aparelhos recentes, incluindo quase todos os Nokia atuais (com o S60), a conexão pode ser até mesmo usada simultaneamente pelo notebook e por aplicativos instalados no smartphone, sem necessidade de fechar aplicativos ou ativar alguma função adicional. Basta fazer o pareamento entre o smartphone e o notebook.

Como se não bastasse, existe também a possibilidade de compartilhar a conexão usando a rede Wi-Fi (inclusive entre vários PCs simultaneamente), transformando o smartphone em um hotspot wireless, como vimos no capítulo 4.

Naturalmente, nem tudo são flores. Apesar das melhorias, as conexões via celular ainda trabalham, na maioria dos casos, com velocidades bem inferiores às permitidas pelo acesso via ADSL ou cabo, sem contar que a latência da conexão é mais alta e a velocidade varia muito, de acordo com a região e o horário.

Um dos problemas fundamentais, é que cada antena de transmissão dispõe de uma quantidade limitada de banda, que é compartilhada entre todos os usuários conectados à ela. Com isso, as operadoras são muitas vezes obrigadas a restringir o tráfego de dados, limitando a velocidade ou estabelecendo quotas de tráfego, de forma a reduzir o uso e evitar a saturação da rede. Existe ainda a questão do custo, já que os planos ilimitados ainda são relativamente caros, principalmente para quem já paga por uma conexão via ADSL ou cabo e vai usar a conexão 3G como segunda conexão.

Ainda assim, o acesso através da rede celular é uma opção tentadora para quem passa muito tempo em trânsito e precisa de uma conexão disponível em qualquer lugar, ou para quem mora em áreas não atendidas por outras modalidades de acesso. Vamos então a um resumo das opções disponíveis.

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