Configurando um servidor XDMCP

Apesar de ter lá suas falhas, como um baixo desempenho de vídeo em conjunto com alguns modelos de placas de vídeo e uma arquitetura considerada “ultrapassada”, por uns, e “inchada”, por outros, o bom e velho X continua seguindo firme como o servidor
gráfico mais usado no Linux.

Parte do sucesso se deve à fartura de recursos de rede disponíveis no X. De fato, ele foi desenvolvido inicialmente para servir terminais burros, com aplicativos gráficos executados num servidor central. No início da década de 80, esta era praticamente
a única forma viável de rodar aplicativos gráficos em estações de trabalho, já que os computadores com o poder de processamento necessário eram muito caros. Era possível, então, diluir o custo entre vários clientes, assim como hoje em dia os serviços de
hospedagem utilizam um único servidor para hospedar vários sites.

Isso, claro, era feito usando alguma das versões do Unix disponíveis então. Por rodar em vários sabores de Unix, não foi difícil portar o X também para o Linux. Com o crescimento do sistema, houve um grande aumento no número de usuários e
desenvolvedores trabalhando no X, fazendo com que o ritmo de desenvolvimento também se acelerasse bastante. Basta comparar o suporte a placas de vídeo do Xfree 3.3.6 e do 4.4 ou X.org, por exemplo. Embora o 3.3.6 suporte um número maior de placas antigas,
o suporte às placas recentes não se compara nas duas versões.

Felizmente, apesar de toda a evolução, o X não abandonou suas raízes. Continuamos tendo o mesmo sistema de cliente e servidor usado no início da década de 80. Isso permite que o X ofereça algumas vantagens-chave sobre o Windows e outros sistemas:

1- É possível abrir vários servidores X e rodar não apenas aplicativos, mas também gerenciadores de janelas diferentes em cada um. Sim, você pode rodar o KDE e o Gnome, junto com o Window Maker, Blackbox, etc. todos ao mesmo tempo ;).

2- Os servidores X não estão limitados a rodar aplicativos locais, eles podem rodar aplicativos a partir de qualquer micro da rede, ou de qualquer ponto da internet. Este sistema de compartilhamento do X é chamado de XDMCP.

3- Ao rodar aplicativos remotamente a carga fica toda com o servidor. O cliente utiliza um mínimo de processamento, já que basicamente se limita a enviar os dados recebidos via rede para a tela. Usando um 486 com 8 MB de RAM já é possível ter um
terminal X funcional.

4- Ao contrário do VNC, o X consegue uma velocidade de atualização de tela muito boa, mesmo em uma rede de 10 megabits. A principal diferença é que enquanto o VNC transmite a tela na forma de uma imagem, o X transmite apenas texto, com as instruções
necessárias para o cliente montar as janelas. Apenas figuras e ícones são transmitidos na forma de imagem.

Lembre-se de que, nesse aspecto, o FreeNX ganha de ambos, pois ele utiliza o protocolo do X combinado com compressão e encriptação dos dados. A desvantagem do FreeNX é que ele utiliza mais processamento, por isso não é tão interessante ao usar micros
antigos como clientes.

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