Opções de vídeo

As opções mais usadas são as referentes à resolução e taxa de atualização do monitor. Por default, o Kurumin tenta detectar automaticamente a sua placa de vídeo e utiliza uma resolução compatível com seu monitor, detectada via DDC. A configuração do monitor é composta por três parâmetros:

1- O driver de vídeo.
2- A resolução e profundidade de cor.
3- A taxa de atualização.

O driver de vídeo é o que permite que o sistema se comunique com a placa de vídeo e, conseqüentemente, envie as imagens para o monitor. Cada placa de vídeo tem um conjunto próprio de recursos e se comunica em uma linguagem diferente. O driver de vídeo é o “intérprete” que permite que o sistema converse com a sua.

O software responsável por mostrar imagens na tela (o servidor gráfico) é o X.org. É ele quem contém os drivers para todas as placas de vídeo suportadas pelo sistema. Nas versões atuais do X.org temos um conjunto relativamente pequeno de drivers, um para cada fabricante (e não um para cada placa de vídeo como antigamente). O driver “sis“, por exemplo, dá suporte a todas as placas de vídeo da SiS; o driver “nv” dá suporte a todas as placas da nVidia e assim por diante. Temos ainda o “vesa“, um driver genérico que funciona com quase todas as placas de vídeo. Ele pode ser usado, por exemplo, quando você tiver alguma placa de vídeo muito recente, que ainda não seja suportada.

A resolução determina a quantidade de pontos mostrados na tela. Os monitores sempre suportam várias resoluções diferentes, permitindo que você use a que achar mais confortável. Um monitor de 17″, por exemplo, geralmente suportará de 640×480 a até 1280×1024. O que muda ao usar resoluções diferentes é a taxa de atualização, que determina quantas vezes por segundo a imagem é atualizada no monitor.

O grande problema é que os monitores CRT utilizam células de fósforo para formar a imagem. Estas células conservam seu brilho por apenas uma fração de segundo e por isso precisam ser realimentadas constantemente. Em um monitor CRT o ideal é usar uma taxa de atualização de 75 Hz (75 atualizações por segundo) ou mais. Usando menos que isso teremos um fenômeno chamado flicker, onde a tela fica instável, piscando, parecendo tremer, como se a tela do monitor fosse uma gelatina. É justamente o flicker que causa a sensação de cansaço ao se olhar para o monitor por muito tempo, e a médio prazo pode até causar danos à visão.

Outra coisa que ajuda e muito a diminuir o flicker é diminuir o brilho do monitor. O ideal é usar a tela o mais escura possível, dentro do que for confortável, naturalmente. Uma dica é deixar o controle de brilho no mínimo e ajustar apenas pelo contraste. Quanto maior for a taxa de atualização e quanto menor for a claridade da imagem menor será o flicker e menor será o cansaço dos olhos.

As taxas de atualização máximas dependem tanto da placa de vídeo quanto do monitor. Quanto mais baixa for a resolução de imagem escolhida, maior será a taxa de atualização suportada pelo monitor. A maioria dos monitores de 15″ suportam 800×600 com 85 Hz de taxa de atualização ou 1024×768 a 70 Hz. Os monitores de 17″ geralmente suportam 1024×768 a 85 Hz, enquanto os monitores mais caros, como os Flatron e Trinitron, de 17″ (CRT), chegam a suportar 1600×1200 com 60 Hz.

A placas de vídeo também podem limitar a resolução máxima. Uma placa antiga, uma Trident 9680, por exemplo, não conseguirá trabalhar com mais de 70 Hz de refresh a 1024×768 (independentemente do monitor, é uma limitação da própria placa de vídeo). Muitas placas onboard são capazes de exibir 1024×768 com 85 Hz, mas apenas 70 Hz se você usar 1280×1024. Geralmente, apenas as placas de vídeo mais caras são capazes de trabalhar a 1600×1200 com 75 Hz de refresh ou mais, uma possibilidade que é suportada por alguns monitores de 19″.

Tudo o que falei até agora sobre taxa de atualização e flicker se aplica apenas aos monitores de CRT (os grandões que ainda usam tubo de imagem). Nos monitores de LCD, cada ponto na tela é como uma lâmpada acesa, eles não possuem problemas com flicker, a imagem é sólida, independentemente da taxa de atualização usada. Em geral, os monitores de LCD suportam várias taxas de atualização; o mais comum é de 56 a até 75 Hz. Isto é feito para permitir que funcionem em conjunto com qualquer placa de vídeo e em várias configurações, mas neste caso a taxa de atualização não afeta a qualidade da imagem.

Se você fica muito tempo na frente do micro ou, principalmente, se trabalha com um, os monitores de LCD são a opção ideal. Eles são mais caros, mas se você dividir a diferença de preço por 36 meses (a vida útil média de um monitor) vai ver que o custo mensal não é tão alto assim. Eles também consomem menos energia (35 watts em média, contra 100 watts ou mais de um monitor CRT) o que economiza alguns trocados todo mês na conta de luz, ajudando a amortizar a diferença de preço.

Mas, voltando à configuração do Kurumin, as opções de boot relacionadas com o vídeo permitem especificar a configuração que deseja usar e resolver os casos em que o sistema não consegue abrir o modo gráfico ou quando precisar fazer um ajuste fino na configuração. Basta digitar a opção desejada na tela de boot:

kurumin screen=1280×1024
(e outras, onde o número indica a resolução desejada)

A opção “screen=” permite especificar a resolução da tela, bipassando a detecção do sistema. Você pode especificar qualquer resolução suportada pelo seu monitor. Por exemplo, você poderia usar a opção “kurumin screen=1280×1024″ para forçar o uso de 1280×1024 no seu monitor de 17”, caso o sistema estivesse usando uma resolução mais baixa, ou usar “kurumin screen=800×600” caso esteja usando um monitor antigo, que não suporta 1024×768.

A opção “screen=” pode ser usada também para especificar qualquer resolução suportada pelo monitor, mesmo que fora do padrão. Por exemplo, muitos notebooks usam telas wide, com resolução de 1280×800 ou 1280×768, por exemplo. Em muitos deles, o sistema detecta a resolução incorretamente e acaba abrindo sempre a 1024×768. Para que toda a área útil do monitor seja usada, basta especificar manualmente, como em: “kurumin screen=1280×800” no boot. No Sony Vaio TX670P, que usa resolução de 1368×768, por exemplo, você usaria “kurumin screen=1368×768”.

kurumin xvrefresh=60

Esta opção força o sistema a utilizar uma taxa de atualização de apenas 60 Hz para o monitor. Ela é necessária em alguns monitores de LCD que não suportam taxas de atualização mais altas e em vários monitores antigos. O “60” pode ser substituído por qualquer outra taxa de atualização desejada, como em: “kurumin xvrefresh=75”. Você pode verificar qual é a configuração usada no Windows (ou no sistema atual) e especificar manualmente aqui.

Esta opção é necessária em muitas situações. Durante o boot, o Kurumin detecta as taxas de atualização suportadas pelo monitor via DDC, utilizando automaticamente a taxa ideal. Em alguns casos, a combinação de monitor e placa de vídeo instalada na sua máquina pode não suportar este recurso, impedindo a detecção correta. Neste caso, o sistema ajusta a taxa de atualização de forma conservadora, a fim de evitar chutar uma taxa mais alta que a suportada.

kurumin screen=1024×768 xvrefresh=60

Aqui estamos combinando as duas opções: resolução de 1024×768 e taxa de atualização de 60 Hz. Ela é necessária em alguns monitores de 15″, que não são detectados via DDC e não suportam a taxa padrão usada pelo sistema. Se você precisar usar o Kurumin em um Syncmaster 3 (aquele monitor de 14″ antigo, que só suporta 800×600@60Hz), por exemplo, poderia usar a opção “kurumin screen=800×600 xvrefresh=60”.

kurumin xmodule=vesa

Esta opção permite especificar manualmente o driver de vídeo, bipassando a detecção feita pelo sistema. O vesa é um driver genérico, usado para solucionar problemas. Lembre-se de usar esta opção sempre que o sistema não conseguir abrir o modo gráfico no boot pelo CD, te abandonando no desolado prompt de comando.

Outros drivers disponíveis são: i810 (placas Intel), nv (placas nVidia), ati (placas ATI Radeon), r128 (placas ATI Riva 128), sis (placas da SiS, incluindo as onboard), via (placas onboard com chipset Via) e tdfx (as antigas placas Voodoo). Você pode combinar esta opção com as duas acima, como em: “kurumin screen=1024×768 xvrefresh=60 xmodule=i810”, especificando de uma vez a configuração completa.

Lembre-se de que ao rodar o sistema a partir do CD, você não precisa se preocupar em usar uma configuração incorreta, pois se o vídeo não abrir, basta reiniciar e começar de novo. Sinta-se à vontade para brincar com as opções até encontrar o ajuste ideal para o seu micro :).

kurumin xdepth=16

Esta opção complementa as outras, permitindo configurar a profundidade de cor. O “16” indica a quantidade de cores, em bits. Lembre que 16 bits equivalem a 65 mil cores, 24 equivalem a 16 milhões de cores e 8 bits equivalem a apenas 256 cores. Por padrão, o Kurumin dá boot usando 24 bits de cor, de forma a oferecer a melhor qualidade de imagem possível. Mas, caso você tenha um micro muito antigo, com uma placa de vídeo com apenas 2 MB, pode preferir usar 16 bits, para que a placa possa trabalhar a 1024×768.

Além de usar as opções de boot, você pode ajustar as opções também através da opção “Configurar Vídeo”, que está disponível no “Painel de Controle do Kurumin > Suporte a Hardware > Configurar Vídeo”. Além de permitir que você ajuste as opções, o script permite que você possa testar a nova configuração, eliminando o risco de salvar uma configuração incorreta. Note que os quatro campos permitem que você “force” o uso de uma determinada resolução, taxa de atualização, driver ou bits de cor. O sistema detecta a configuração automaticamente para os campos desmarcados, assim como faz na hora do boot.

A configuração do vídeo é salva no arquivo “/etc/X11/xorg.conf“. Se o pior acontecer, você acidentalmente danificar o arquivo e o ambiente gráfico não abrir mais, é possível fazer com que o sistema refaça a detecção automática pelo próprio terminal de texto. Para isso, logue-se como “root”, fornecendo a senha especificada durante a instalação, e rode o comando “configurar-video“.

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