Copiando os arquivos

Depois de particionar o HD, chegamos à parte mais crucial da instalação, que é a cópia dos arquivos propriamente dita. O instalador detecta automaticamente partições swap disponíveis no HD e pergunta qual usar apenas caso exista mais de uma. Nas versões recentes do Kurumin (a partir do 6.1) o instalador cria um arquivo de swap de 256 MB caso não exista nenhuma partição swap disponível, permitindo que você instale o sistema usando uma única partição. Este “arquivo de swap” é um pouco mais lento do que usar uma partição swap dedicada, por isso é sempre preferível criar uma partição swap “de verdade” ao particionar o HD.

Continuando, o instalador pergunta e em qual partição o sistema deve ser instalado. Note que a lista inclui apenas partições formatadas em sistemas de arquivos do Linux, para evitar o clássico acidente de formatar por engano a partição do Windows. Lembre-se de que a sua partição C:\ do Windows é geralmente a “/dev/hda1” no Linux.

O Linux suporta vários sistemas de arquivos diferentes. A função do sistema de arquivos é organizar o espaço disponível no HD, criar estruturas que permitem gravar e ler arquivos de forma organizada. Os primeiros sistemas de arquivos suportados pelo Linux, bem no começo do desenvolvimento, eram o Minix e o EXT. Ambos possuíam limitações graves com relação ao desempenho e ao tamanho máximo das partições, de forma que ambos foram substituídos pelo EXT2, que continua em uso até hoje.

O EXT2 é um sistema similar ao FAT32 do Windows. Os arquivos são organizados de uma forma simples, com o HD dividido em vários clusters (que no EXT2 chamamos de blocos), onde cada cluster armazena um arquivo ou um fragmento de arquivo. Um índice no início do HD guarda uma tabela com os endereços de cada arquivo no HD.

Muita gente gosta desta simplicidade e por isso continua usando o EXT2 até hoje. O problema é que, assim como o FAT32 do Windows, o EXT2 tem uma grande tendência a perder dados quando o micro é desligado incorretamente (o que em um desktop é muito comum). Nestes casos entra em ação o fsck, que vasculha todos os arquivos da partição, de forma a detectar e corrigir erros, da mesma forma que o scandisk do Windows. Os dois problemas fundamentais com o fsck são que:

1- O teste demora muito.

2- Ele só corrige erros simples. Sempre que um problema mais grave é detectado, o carregamento do sistema é abortado e você cai em um prompt de recuperação (herança da época em que o Linux era feio, estranho e complicado), onde você precisa conhecer e saber usar os comandos necessários para reparar os erros manualmente.

Ou seja, a menos que você tenha um no-break e seu micro nunca seja desligado no botão, não use o EXT2. Ele é um sistema obsoleto, assim com o FAT32 no Windows.

Temos, em seguida, o EXT3, uma evolução do EXT2, que inclui um sistema de journaling. O journal (diário) consiste em uma espécie de log, que armazena todas as alterações que são feitas nos arquivos e quando elas foram concluídas. Quando o micro é desligado incorretamente, o fsck consulta este “diário” para corrigir os erros, sem precisar executar o teste completo.

Embora as versões iniciais do EXT3 tivessem muitos problemas, ele evoluiu bastante nos últimos anos e é atualmente um sistema de arquivos bastante seguro, utilizado por padrão na maioria das distribuições. As principais vantagens de usar o EXT3 são o boot mais rápido (em média 10 segundos menos do que ao instalar em uma partição ReiserFS e a grande oferta de programas de manutenção e recuperação de dados).

Finalmente, temos o ReiserFS, que é a opção default de sistema de arquivos desde as primeiras versões do Kurumin. Ele é também um sistema de arquivos bastante moderno, que inclui muitos recursos para a proteção dos dados e do próprio sistema de arquivos no caso de problemas diversos e desligamentos incorretos. O ReiserFS também aproveita melhor o espaço, agrupando arquivos pequenos, de forma que eles sejam gravados de forma contínua. Isso acaba fazendo uma grande diferença, pois no Linux temos uma quantidade muito grande de pequenos executáveis, bibliotecas e arquivos de configuração.

O ReiserFS é um sistema bastante robusto, bem adaptado para suportar os maus-tratos típicos de um desktop. Por isso (apesar do rápido avanço do EXT3) ele ainda é o sistema recomendado.

Outros sistemas “modernos” são o XFS e o JFS, que são otimizados para uso em servidores. Eles também são relativamente populares, mas não são oferecidos pelo instalador para não aumentar muito o número de opções.

Depois de selecionar a partição e o sistema de arquivos, o instalador confirma mais uma vez se você realmente quer formatar a partição para instalar o sistema. Existe aqui uma opção de atualização escondida, que foi incluída a partir do Kurumin 4.2: se você responder “Não”, o instalador vai copiar os arquivos sem formatar a partição, atualizando uma versão anterior do Kurumin instalada, sem apagar seus arquivos e configurações.

Assim como no Windows, esta opção de atualização é mais propensa a problemas, pois é difícil preservar todos os programas instalados e todas as modificações que foram feitas. Embora a atualização funcione bem na maioria dos casos, alguns programas podem deixar de funcionar (o que pode ser resolvido simplesmente reinstalando-os). Os arquivos e configurações, que são o mais importante, são sempre preservados.

A cópia dos arquivos propriamente dita é relativamente rápida, cerca de 7 minutos ao instalar em um micro com um drive de 52x.

Embora o sistema fique carregado durante a cópia, nada impede que você navegue ou faça alguma outra coisa enquanto o sistema está sendo instalado. Os dados são copiados diretamente a partir do CD-ROM (que é somente leitura) para dentro da partição, de forma que a cópia não é perturbada mesmo que você crie ou modifique alguns arquivos durante a instalação,

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