Concluindo a instalação

Depois de copiar o sistema, o instalador faz algumas perguntas, necessárias para concluir a configuração. A primeira é sobre a configuração da rede, onde você pode definir um nome para a máquina. Uma observação importante é que o nome da máquina não pode conter espaços nem caracteres especiais. Usar um nome como “Dandão #$@” vai causar sérios problemas, pois o sistema não conseguirá atualizar o nome da máquina durante o boot e vários programas deixarão de funcionar corretamente. Use um nome simples, contendo apenas letras e números, ou mantenha o padrão.

Até o Kurumin 5.0, era perguntado se você queria configurar a rede durante a instalação. Se você conecta via ADSL com autenticação (Speedy, Velox, etc.) usando o pppoeconf, você deveria responder “Não” e deixar para configurar depois de concluída a instalação. Para simplificar as coisas, a partir do 5.1, a configuração da rede passou a ser feita no primeiro boot depois da instalação, como parte do assistente de boas-vindas.

Claro, não poderíamos nos esquecer de escolher uma senha para o root e também para o usuário kurumin, que será usado depois de concluída a instalação. O instalador não aceita senhas em branco. É importante usar boas senhas ao acessar a internet, pois a senha é a última linha de proteção caso você mantenha o SSH ou outros servidores ativos. Senhas fáceis são a principal causa de invasões em sistemas Linux.

O usuário kurumin é uma espécie de power-user, criado com o objetivo de facilitar o uso do sistema para novos usuários. Ele tem acesso aos utilitários de configuração, permissão para instalar novos programas e configurar programas como o K3B, de modo que você não precise ficar toda hora fornecendo a senha de root.

O usuário kurumin possui privilégios suficientes para usar o sistema sem sobressaltos, mas sem abrir as várias brechas de segurança de usar o usuário root diretamente. É um meio termo entre segurança e praticidade. O Ubuntu adota um sistema similar, onde a conta de root é desativada e você usa o comando “sudo” (como no Kurumin) quando precisa executar comandos como root. A principal diferença é que o Ubuntu confirma a senha (da sua conta de usuário, não do root) periodicamente.

Se você é um usuário com mais experiência, pode preferir criar um novo usuário, este sim um usuário “comum”, sem privilégios especiais. Para criar mais usuários depois da instalação, use o comando “adduser” (como root) como em “adduser joao“. Os novos usuários aparecem automaticamente na tela de login.

Se preferir um utilitário gráfico, você pode usar o “users-admin“, que pode ser executado pelo terminal ou pelo ícone no “Iniciar > Sistema > Gnome System Tools”. Ele pode ser encontrado também no Fedora (onde se chama “system-config-users”) e no Mandriva (onde se chama “userdrake”).

Você pode ativar ou desativar o uso do sudo, que é o responsável pelos privilégios administrativos a qualquer momento, usando as opções dentro do painel dos ícones mágicos. Estas opções fazem as alterações necessárias no arquivo “/etc/sudoers” e a alteração passa a valer imediatamente. Não é preciso reiniciar o KDE. Naturalmente, para ativar o sudo para um novo usuário, é preciso fornecer a senha de root.

Voltando à instalação, depois de definir as senhas, o instalador pergunta sobre a instalação do gerenciador de boot, que é o responsável por inicializar o sistema e detectar outros sistemas operacionais instalados, perguntando qual usar a cada boot. Este é um screenshot do menu de boot do grub, onde você escolhe qual sistema usar:

A partir do Kurumin 7.0 o grub passou a ser usado por padrão, substituindo o lilo. Embora os dois tenham a mesma função, o grub oferece mais recursos e tem evoluído de forma muito mais rápida. Ele é mais flexível em inicializar outros sistemas instalados no HD, de forma que o instalador pode fazer um melhor trabalho em detectar instalações do Windows e de outras distribuições Linux, adicionando-as automaticamente ao menu mostrado durante o boot. Ao usar o lilo, parte da configuração precisa ser feita manualmente, como nas versões anteriores do Kurumin. O lilo continua disponível como opção para quem prefere usá-lo, mas o grub é a opção recomendada:

A pergunta seguinte é sobre o local de instalação do gerenciador de boot. Quando você liga o micro, o BIOS da placa-mãe detecta o HD, CD-ROM, disquete e outros periféricos instalados. Depois de terminar seu trabalho, o BIOS procura por algum sistema operacional para carregar, seja no HD, CD-ROM, disquete ou mesmo via rede, de acordo com o configurado no setup. No caso do HD, o BIOS lê apenas os primeiros 512 bytes, que são justamente a trilha 0, ou trilha MBR do HD. Neste pequeno espaço vai a tabela de partição e o gerenciador de boot.

Cada sistema operacional utiliza um gerenciador de boot próprio. Como o espaço no MBR é muito reduzido, apenas um pode ser instalado no MBR de cada vez. Quando um sistema grava seu gerenciador no MBR, automaticamente apaga o do anterior. Ou seja, sempre que instalamos mais de um sistema no mesmo HD, é necessário “eleger” um para ser instalado no MBR, atribuindo a ele a função de inicializar os demais.

Ao instalar o Kurumin 7, é sempre recomendável responder “Sim“, permitindo que o grub seja instalado no MBR. Ele é capaz de detectar outros sistemas instalados, tanto o Windows quanto outras distribuições Linux. O único cuidado que você deve ter é sempre instalar o Kurumin por último, já que ao instalar outro sistema, você quase sempre subscreverá o gerenciador de boot.

Ao responder “Não”, o Kurumin gravará o grub no primeiro setor da partição, sem mexer no MBR. Nesta posição, ele não pode ser inicializado diretamente, por isso você só deve usar esta opção caso já tenha outra distribuição Linux instalada e saiba como configurar o grub ou lilo desta outra distribuição para inicializar o Kurumin.

Na grande maioria dos casos, o instalador é capaz de configurar tudo sozinho, adicionando os outros sistemas operacionais automaticamente ao menu de boot, de forma que você possa escolher qual sistema usar na hora do boot. Esta detecção automática facilita muito a vida de quem quer manter o Windows em dual-boot ou instalar o Kurumin em conjunto com outras distribuições.

Apesar disso, sempre podem existir casos node você precise revisar a configuração gerada. Prevendo isso, o instalador pergunta se você deseja revisar o arquivo “/boot/grub/menu.lst“, onde vai a configuração do gerenciador de boot. Veja mais detalhes de como configurar o grub manualmente mais adiante. Note que as opções estão invertidas, para editar o arquivo você deve clicar no “Sim, editar o arquivo”, que está no lugar da opção “Não”.

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