Formatos

O formato AT foi introduzido junto com os micros 286, onde a placa-mãe media nada menos que 36 x 32 cm. Placas tão grandes acabam sendo caras de se produzir, de forma que pouco depois, em 1986, foi introduzido o formato Baby-AT, em que a placa mede apenas 24 x 33 cm.

O formato Baby-AT teve uma sobrevida surpreendente. Além de ser utilizado nas placas para micros 286, 386, 486 e Pentium, ele também foi utilizado nas placas Super 7, usadas nos micros K6-2 e K6-3, que foram produzidas até o final de 2002.

A principal característica das placas Baby-AT é que, com exceção do teclado, todos os conectores são presos no gabinete e ligados à placa-mãe através de cabos flat, o que tornava a montagem dos micros um pouco mais trabalhosa e contribuía para o amontoamento de cabos dentro do gabinete, prejudicando a ventilação. Elas também utilizavam, tipicamente, conectores DIN para o teclado, em vez dos conectores mini-DIN usados atualmente. Para ligar um teclado atual, você precisaria usar um adaptador.


Amontoado de cabos flat num micro com placa Baby-AT

Existiram também placas Baby-AT de tamanho reduzido, com 24 x 24 ou mesmo 22 x 22 cm, geralmente chamadas de micro-AT ou 2/3-Baby. Esse formato foi extremamente popular nas placas soquete 7.

Em seguida temos o formato ATX, que marca o início da era atual. O ATX foi desenvolvido pela Intel e introduzido juntamente com os primeiros micros Pentium II. O formato ATX trouxe um conjunto de modificações importantes. A mais visível delas é o painel traseiro, que concentra os conectores do teclado, mouse, porta serial, portas USB e também os conectores do vídeo, som e rede onboard.


Painel ATX

Junto com o formato ATX, foi introduzido um novo padrão de fontes de alimentação, em que a fonte passou a fornecer também a tensão de 3.3V, utilizada por diversos componentes e não mais apenas os 12V e 5V das fontes AT. O formato do conector foi alterado e as fontes ATX incorporaram contatos adicionais, que permitem que a fonte seja ligada e desligada via software.

Todas essas modificações tornaram os antigos gabinetes AT obsoletos. Inicialmente, os gabinetes ATX eram bem mais caros, mas conforme o formato se popularizou, os preços foram caindo, até chegar ao patamar atual.

Uma curiosidade é que o padrão ATX original previa o uso de um design de pressão positiva, em que o exaustor da fonte soprava o ar para dentro do gabinete e não para fora, como nos micros atuais. A idéia era reduzir o acúmulo de poeira dentro do gabinete, já que o ar sairia (em vez de entrar) pelas aberturas do gabinete. O problema era que esse design prejudicava a ventilação, já que o ar era aquecido pelos circuitos da fonte e então soprado sobre os demais componentes.

O sistema funcionou bem em conjunto com os primeiros processadores Pentium II, que trabalhavam a freqüências relativamente baixas e geravam pouco calor, mas passou a causar problemas de superaquecimento conforme o clock dos processadores foi aumentando.

Nos gabinetes atuais, a fonte sopra o ar para fora e existe espaço para adicionar três exaustores adicionais. Um atrás, logo abaixo da fonte de alimentação (que também deve soprar o ar para fora), um na parte frontal do gabinete e outro na lateral (sobre o processador), que devem soprar o ar para dentro.


Gabinete ATX

Na maioria dos gabinetes novos é utilizado um tubo plástico na abertura sobre o processador, que canaliza o ar externo até o cooler do processador, fazendo com que o ar seja “puxado” para dentro do gabinete. Esse design melhora a circulação de ar, sem a necessidade de instalar um cooler adicional.

Existem três tamanhos de placas ATX. As placas ATX tradicionais, também chamadas de Full ATX medem 30.5 x 24.4 cm. Este formato é geralmente reservado às placas mais caras, que trazem 6 ou 7 slots de expansão.

Em seguida temos o formato Mini ATX, onde a placa é mais “fina”, medindo apenas 28.4 x 20.8 cm. Finalmente, temos o Micro ATX, o formato mais comum, usado nas placas de baixo custo, onde a placa mede apenas 24.4 x 24.4 cm.

Os três formatos são intercompatíveis, de forma que você pode perfeitamente instalar uma placa Micro ATX em um gabinete Full ATX. A grande maioria dos gabinetes suporta o uso de qualquer um dos três formatos de placas, mas os gabinetes mais compactos geralmente oferecem uma ventilação ruim.

Todos os tamanhos especificados são medidas máximas, que asseguram que as placas funcionem em qualquer gabinete. Nada impede que os fabricantes desenvolvam placas menores (o que é muito comum), desde que a furação da placa continue compatível. É muito comum ver placas Micro ATX com apenas 20.8, ou mesmo 19.8 cm de largura. Produzir placas menores permite reduzir os custos de produção das placas mais simples.

Existe ainda o formato Flex ATX, um formato miniaturizado, onde a placa mede apenas 22.9 x 19.1 cm. Este formato foi introduzido pela Intel em 1999, para o desenvolvimento de PCs compactos e de baixo custo.

Existem ainda os formatos de placas miniaturizadas, originalmente introduzidos pela VIA. O mais popular deles é o mini-ITX, atualmente também usado em placas de outros fabricantes, incluindo até mesmo a Intel. As placas Mini-ITX medem apenas 17×17 cm, o que as torna realmente muito pequenas se comparadas a uma placa mini-ATX típica. Elas são muito procuradas por quem quer montar um servidor doméstico ou um media-center.

Esta da foto é uma Albatron KI690, uma placa soquete AM2, baseada no chipset AMD 690G. Como você pode notar, o tamanho reduzido obrigou os projetistas a fazerem um conjunto de concessões. Ela utiliza módulos de memória SODIMM de notebook, que são mais compactos e inclui um único slot PCI:


Placa mini-ITX

Além do mini-ITX, a VIA fabrica dois formatos ainda mais miniaturizados, chamados de nano-ITX e pico-ITX. Estas placas utilizam processadores VIA C7 de baixo consumo e são extremamente econômicas do ponto de vista do consumo elétrico. As placas pico-ITX (o menor dos dois formatos) medem apenas 10 x 7.2 cm! Apesar disso elas são extremamente incomuns, pois são caras e (devido ao uso dos processadores C7) o desempenho é ruim.


Placa Pico-ITX

Em 2003 a Intel tentou introduzir um novo formato, o BTX. Nele, tanto a placa-mãe quanto o gabinete são maiores e o fluxo de ar dentro do gabinete é otimizado, de forma a melhorar a ventilação sobre o processador. Um módulo de retenção preso ao gabinete melhorava a fixação da placa-mãe e permitia o uso de dissipadores maiores e mais pesados.

Na época, a Intel estava empenhada em lançar versões mais rápidas do Pentium 4, de forma que o padrão BTX foi desenvolvido tendo em mente processadores beberrões, que consumissem acima de 150 watts e utilizassem coolers gigantescos. Com o lançamento da plataforma Core e a ênfase em processadores eficientes, de baixo consumo, a plataforma BTX foi silenciosamente abandonada.

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