Xfree e Xorg

Atualmente estão em uso no mundo Linux duas versões diferentes do X, o Xfree e o X.org. O Xfree é o projeto mais antigo e tradicional, o grupo que originalmente portou o X para o Linux, e foi o principal mantenedor do projeto desde então.

Com o passar do tempo, começaram a surgir críticas, principalmente direcionadas à demora para incluir correções e atualizações nos drivers existentes. Isto foi se agravando com o tempo, até que uma decisão dos desenvolvedores em fazer uma pequena mudança na licença em vigor a partir do Xfree 4.4 foi a gota d’água para que um consórcio formado por membros de várias distribuições, desenvolvedores descontentes com o modo de desenvolvimento antigo, se juntassem para criar um fork do Xfree, o X.org.

O X.org utilizou como base inicial a última versão de desenvolvimento da série 4.3 do Xfree, disponibilizada antes da mudança da licença. Desde então, foram incluídas muitas atualizações e correções, como novos drivers e vários recursos cosméticos, como, por exemplo, suporte a janelas transparentes. A página oficial é a http://x.org.

Inicialmente, as diferenças eram pequenas, mas depois de um certo tempo o X.org passou a concentrar a maior parte das atualizações e novos drivers, sendo desenvolvido num ritmo muito mais rápido. A tendência é que ele substitua completamente o Xfree num futuro próximo.

A partir da versão 7.0, o X.org passou a utilizar uma arquitetura modular, que visa facilitar o desenvolvimento de novos recursos, que podem ser integrados ao sistema na forma de módulos, sem depender do aval prévio dos desenvolvedores do X.org. Esta mudança, que à primeira vista parece simples, tem potencial para intensificar o desenvolvimento de forma radical.

Para quem configura, a principal diferença está nos nomes do arquivo de configuração e utilitários. As opções dentro do arquivo continuam as mesmas, incluindo os nomes dos drivers (radeon, nv, intel, sis, etc.) e é possível inclusive usar um arquivo de configuração de uma distribuição com o Xfree em outra (instalada na mesma máquina) com o X.org. Aqui vai uma pequena tabela com algumas diferenças:

– Arquivo de configuração principal:
/etc/X11/XF86Config-4 = /etc/X11/xorg.conf

– Utilitários de configuração:
xf86cfg = xorgfg
xf86config = xorgconfig

É possível também eliminar estas diferenças criando um conjunto de links apontando para os nomes trocados. Assim o XF86Config-4 vira um link para o xorg.conf, por exemplo, fazendo com que usuários desavisados e até utilitários de configuração consigam encontrar os arquivos sem muitos problemas.

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